Em clima de muita festa, no melhor estilo retrô, o grupo Tweed Ride BH, que reúne ciclistas de diversas tribos, comemorou ontem um ano de convivência marcada por encontros especiais em cada uma das quatro estações. O local escolhido para a celebração foi a Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte. O evento, que repete os diversos tweed rides (ou tweed run, conforme o país) existentes pelo mundo, tem como característica o visual retrô presente tanto nas roupas dos participantes como em bicicletas antigas que compõem o cenário, como a Monark 1958, do lanterneiro Frederico Gonçalves Pereira, que ganhou placa da Prefeitura Municipal de Araxá, em referência ao emplacamento de bicicletas que era feito na época.
Um alegre piquenique, muita música – o grupo mantém parceria com a equipe de dança Be Hoppers – e um concurso de figurino também fazem parte da festa que a cada encontro termina com uma pedalada pela cidade, mesmo depois de algumas taças de vinho. O evento é bem-vindo num momento em que o número de ciclistas em Belo Horizonte aumenta. Conforme mostrou o Estado de Minas ontem, somente na ciclovia da Rua Professor Morais, na Região Centro-Sul, em dois anos o uso da faixa exclusiva cresceu 146%.
“Sou ciclista há muitos anos e junto com um amigo resolvi criar esses encontros. Todo mundo vem pedalando. A gente faz o piquenique, dança, depois faz um passeio de bicicleta e terminamos em um barzinho”, conta a linguista Renata Aiala, de 27 anos, uma das organizadoras do evento. Renata ressalta que um dos objetivos do grupo é mostrar que a bicicleta pode ser usada no dia a dia como meio de transporte e com roupas comuns.
O professor Gabriel Quintão, de 22, é outro adepto da bicicleta como meio de transporte. Ele só anda de bike e tem argumentos para convencer qualquer um que duvide que em Belo Horizonte é possível ir a qualquer lugar pedalando. “Faço caminhos alternativos para fugir dos morros e levo minha bicicleta dobrável para qualquer lugar. Vou ao trabalho, à faculdade, pego elevador e entro até em banco com ela. Ninguém nunca me barrou”, garante. Desde que começou a andar somente de bicicleta, em outubro, Gabriel emagreceu 15 quilos.
Mas nem todos têm a mesma sorte. O garçom Célio Marques, de 47, mais conhecido como Leelo, mora em Contagem e trabalha em um shopping de Belo Horizonte. A distância não permite vir pedalando todos os dias. “Venho duas vezes por semana porque não dou conta de vir todos os dias. Cada um sabe o seu limite”, afirma.
DANÇA O grupo de dança Be Hoppers animou a Praça Floriano Peixoto com diversas coreografias da equipe e um aulão de dança para participação do público. O grupo segue o lindy hop, estilo de dança criado nos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1930. Parceria perfeita para o estilo retrô marcante no encontro. A parceria foi motivada pelo professor de dança Fabrício Martins, de 33, ciclista há cerca de 18. “Eu já conhecia o grupo.