São julgados nesta terça-feira dois irmãos acusados de integrar um grupo de extermínio que matou 21 pessoas entre 2004 e 2009 em São José da Lapa e Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo horizonte. O júri de hoje é sobre duas tentativas de homicídio ocorridas em agosto de 2009. Segundo o Ministério Público, os crimes envolvem gangues ligadas ao tráfico de drogas nas cidades. Conforme o processo, as organizações criminosas se enfrentavam constantemente, numa disputa por pontos de venda de tóxicos.
A sessão do júri foi aberta pelo juiz Glauco Eduardo Soares às 10h20. O Conselho de Sentença é composto por quatro mulheres e três homens, conforme sorteio feito em plenário. Os réus Robert Balbino Leonardi, o “Betinho”, e o ex-policial Rodney Balbino Leonardi, o “Robocop”, são defendidos pelos advogados Ernani Couto, Marcos Couto e Agnaldo Aquino. O representante do Ministério Público é o Herman Lott. Os dois acusados estão presos e foram requisitados para participar do julgamento, marcando presença no tribunal hoje.
Manhã de julgamento
Duas testemunhas são ouvidas na audiência do 2º Tribunal do Júri no Fórum Lafayette, em BH, sendo uma de acusação e uma de defesa. A testemunha de acusação é uma das vítimas dos disparos, que falou durante a manhã. A vítima pediu a saída dos réus do salão do júri para que pudesse depor. O homem confirmou que os irmãos são os autores dos disparos contra ele. Disse que os acusados tinham envolvimento com o tráfico e deu detalhes sobre o dia do crime.
Segundo a depoente, Robert disparou várias vezes contra ele a caminho de uma festa. Os motivos dos tiros seriam desavenças entre a testemunha e os irmãos Robert e Rodney. Houve troca de tiros entre os acusados e um dos alvos da tentativa de homicídio, que estava armado porque trabalhava como vigia. O depoente admitiu ser usuário de drogas, mas disse que na noite do crime não estava drogado. Ele foi ouvido por mais de uma hora e meia.
A segunda testemunha falou em defesa do réu Rodney e começou a ser ouvida às 11h57. O homem apenas contou que um dos homens baleados estava "doidão" no dia do crime. O juiz procedeu a sessão com a oitiva dos réus e o primeiro a falar é Rodney. O intervalo para almoço ocorrerá somente ao final dos depoimentos dos réus.