O ônibus era a base de sustento da família de Hanna, já que além dela, seu irmão dirigia o veículo e sua cunhada e irmã trabalhavam de cobradoras. O coletivo pertencia à família. A jovem era habilitada para dirigi-lo e sonhava em comprar um carro este ano. No dia 3, por volta das 15h, a queda do viaduto provocou a morte dela e ainda do assistente de serviços gerais Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25, que seguia em um Fiat Uno ao lado do ônibus. A tragédia ainda deixou 23 pessoas feridas.
Morador de Lagoa Santa, na região metropolitana, Charlys seguia para um ponto de ônibus em que encontraria a companheira Cristilene Pereira Leme. Ela saiu mais cedo do serviço, pois o casal iria realizar o sonho de comprar um carro novo. Cristilene, depois de ligar para o companheiro, sem que ele atendesse, seguiu até o local do acidente e constatou o pior. Ela acompanhou por mais de 15 horas a retirada do corpo dentro do veículo esmagado pela estrutura de concreto.
A queda da alça transformou a vida dos vizinhos do viaduto também. Entre os mais afetados, estão os moradores do Residencial Antares, bem ao lado da estrutura. No período de obras de alargamento da avenida e construção do elevado, a vizinhança já reclamava dos transtornos. Depois do acidente, foram constatados danos estruturais na área externa e nos apartamentos. E agora, com a demolição da alça norte, o clima é de apreensão diante dos novos impactos que podem ser causados. (LH).