Segundo a Santa Casa de BH, o seu Centro de Especialidades Médicas, que realiza cerca de 50 mil procedimentos por mês entre consultas e exames, apresenta resultados financeiros deficitários nos últimos anos. Conforme o hospital, se a situação persistir, a sua maternidade, que faz 330 partos por mês, sendo mais da metade de alto risco, “corre o risco de fechar”. A maternidade amarga prejuízos mensais que chegam a R$ 1 milhão. Ainda de acordo com a instituição, a Prefeitura de BH e o Ministério da Saúde estão sendo informados da situação.
A perda da maternidade para BH é muito significativa. Atualmente, seis maternidades da capital atendem pelo SUS, além da Ssanta Casa. São elas Hospital Risoleta Tolentino Neves, Hospital Odilon Behrens, Hospital das Clinicas, Maternidade Odete Valadares, Hospital Júlia Kubitschek e Hospital Sofia Feldman.
Vitallis
Até o dia 31, os 64 mil usuários do plano de saúde Santa Casa vão receber, no endereço cadastrado no convênio, carta explicativa, carteirinha e livro de referência de uma nova operadora.
A continuidade do corpo clínico e do hospital São Lucas no convênio Vitallis é o principal motivo de preocupação dos usuários, que durante quase um ano viveram na incerteza. A rede credenciada do novo dono, que inclui hospitais como Vila da Serra, Life Center, Hospital Infantil São Camilo e Clínica Belvedere, também passa a atender os usuários da Santa Casa. No início da negociação entre as operadoras, a carteira Santa Casa era de aproximadamente 100 mil beneficiários, mas durante o processo esse número sofreu redução. Em pouco mais de seis meses mais de 30% dos usuários migraram para outros convênios ou cancelaram o plano. O valor da transação comercial não foi revelado, mas no ano passado a Vitallis foi vendida para a multinacional colombiana Grupo Sanitas Internacional, por R$ 40 milhões. O faturamento do Santa Casa Saúde, de R$ 193 milhões em 2013, é parecido com o que foi apurado pela Vitallis, R$ 191 milhões no mesmo período.
Com a compra, a Vitallis ganhou corpo somando agora 331 mil usuários. A operadora se consolida como a segunda maior do estado, depois da Unimed-BH. A intenção do Grupo Sanitas Internacional (segundo a entrar no país depois da UnitedHealth no Brasil, que comprou a Amil,) é crescer sua participação no mercado nacional somando 1 milhão de clientes até 2017. Hoje, o grupo soma no país meio milhão de usuários. A aquisição da carteira da Santa Casa é a terceira compra da multinacional no mercado brasileiro, que primeiro negociou a Universal Saúde em São Paulo (MediSanitas Brasil).
Doações
A Santa Casa BH foi a primeira instituição de saúde instalada em Belo Horizonte no final do século 19. Fundada em 1899, 2 anos após a inauguração da capital mineira, funcionou inicialmente em um pavilhão construído na esquina da rua Ceará com avenida Francisco Sales (atual ala C), atendendo a população carente da cidade durante décadas..
São diversas as maneiras de contribuir com o trabalho da Santa Casa que, no último ano, realizou mais de 32 mil internações, 334 mil consultas e cerca de 14 mil cirurgias pelo Sistema Único de saúde. A instituição recebe doações em dinheiro, equipamentos, reformas, bens materiais e, até mesmo, trabalho voluntário por meio da sua Associação de Voluntárias (Avosc) ou das Doulas, na Maternidade Hilda Brandão.
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