História para ser ouvida – e contada – ao som de um instrumento feito de arte, beleza e devoção à cultura. O órgão Arp Schnitger da Catedral da Sé, em Mariana, na Região Central de Minas, tem dois marcos importantes para comemorar a partir de amanhã: 30 anos de restauração e 20 de concertos regulares. A abertura das comemorações será às 12h15, em grande estilo, com apresentação do organista francês Patrick Delabre, da Catedral de Chartres – cidade medieval e primeira, na Franca, a receber o título de patrimônio cultural da humanidade. “É uma celebração para todos os brasileiros”, diz a também organista Elisa Freixo, coordenadora do projeto de concertos na Sé e profissional dedicada à restauração e preservação de órgãos no país. A programação festiva vai até 7 de dezembro.
Minas e Bahia são os estados com maior número de órgãos musicais do século 18 e início do 19 preservados. Além do instrumento da Catedral de Mariana, há joias musicais recém-restauradas em território mineiro, com os de São João del-Rei e Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Segundo Elisa, há necessidade de recuperação do instrumento pertencente ao distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central. Desde 1984, o Arp Schnitger dá mais emoção às sextas e aos domingos de moradores e visitantes, com os concertos comandados por Elisa e Josinéia Godinho e presença de musicistas brasileiros e internacionais.
Construído na primeira década do século 18 em Hamburgo, Alemanha, por Arp Schnitger (1648-1719), um dos maiores nomes no setor, o instrumento da primeira vila, cidade e diocese de Minas foi enviado, inicialmente, a uma igreja franciscana em Portugal. Ao Brasil, chegou em 1753, como presente da coroa portuguesa ao primeiro bispo das Gerais, o português dom Frei Manuel da Cruz, que veio do Maranhão. Entre os exemplares sobreviventes da manufatura Schnitger, esse é um dos mais bem conservados e o único que se encontra fora da Europa.
Restauro Na década de 1970, o organista alemão Karl Richter esteve em Mariana para avaliar a situação do instrumento que continha, no interior de sua caixa, grande número de peças originais preservadas. Considerou, então, o órgão musical “muito importante, saído provavelmente da manufatura de Arp Schnitger”. Na sequência, os elementos musicais foram enviados a Hamburgo, onde foram reformados sob os cuidados da firma von Beckerath. Enquanto isso, uma equipe brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a orientação da especialista Beatriz Coelho, restaurava a estrutura interna e externa da caixa e as partes que compõem a decoração.
Nesse primeiro trabalho, “o grande mérito foi trazer o instrumento de volta à vida, usando conquistas técnicas da época, sem destruir os sinais das fases anteriores, valiosos no caso de uma restauração posterior com enfoque mais histórico”, explica Elisa Freixo. Recentemente, o Museu da Música, que ocupa o antigo Palácio dos Bispos, no Centro Histórico de Mariana, ganhou um órgão para estudos, recriando o da Catedral da Sé em medidas, mas não em sonoridade. O concerto de amanhã terá ingressos a R$28,00 (inteira).
Minas e Bahia são os estados com maior número de órgãos musicais do século 18 e início do 19 preservados. Além do instrumento da Catedral de Mariana, há joias musicais recém-restauradas em território mineiro, com os de São João del-Rei e Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Segundo Elisa, há necessidade de recuperação do instrumento pertencente ao distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central. Desde 1984, o Arp Schnitger dá mais emoção às sextas e aos domingos de moradores e visitantes, com os concertos comandados por Elisa e Josinéia Godinho e presença de musicistas brasileiros e internacionais.
Construído na primeira década do século 18 em Hamburgo, Alemanha, por Arp Schnitger (1648-1719), um dos maiores nomes no setor, o instrumento da primeira vila, cidade e diocese de Minas foi enviado, inicialmente, a uma igreja franciscana em Portugal. Ao Brasil, chegou em 1753, como presente da coroa portuguesa ao primeiro bispo das Gerais, o português dom Frei Manuel da Cruz, que veio do Maranhão. Entre os exemplares sobreviventes da manufatura Schnitger, esse é um dos mais bem conservados e o único que se encontra fora da Europa.
Restauro Na década de 1970, o organista alemão Karl Richter esteve em Mariana para avaliar a situação do instrumento que continha, no interior de sua caixa, grande número de peças originais preservadas. Considerou, então, o órgão musical “muito importante, saído provavelmente da manufatura de Arp Schnitger”. Na sequência, os elementos musicais foram enviados a Hamburgo, onde foram reformados sob os cuidados da firma von Beckerath. Enquanto isso, uma equipe brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a orientação da especialista Beatriz Coelho, restaurava a estrutura interna e externa da caixa e as partes que compõem a decoração.
Nesse primeiro trabalho, “o grande mérito foi trazer o instrumento de volta à vida, usando conquistas técnicas da época, sem destruir os sinais das fases anteriores, valiosos no caso de uma restauração posterior com enfoque mais histórico”, explica Elisa Freixo. Recentemente, o Museu da Música, que ocupa o antigo Palácio dos Bispos, no Centro Histórico de Mariana, ganhou um órgão para estudos, recriando o da Catedral da Sé em medidas, mas não em sonoridade. O concerto de amanhã terá ingressos a R$28,00 (inteira).