Jornal Estado de Minas

Moradores resistem em deixar apartamentos vizinhos ao viaduto que caiu em BH

Comdec avisa que, por enquanto, a saída é voluntária. Assim que a data da demolição do que sobrou do viaduto for marcada, moradores serão obrigados a sair dos apartamentos

Iracema Amaral
- Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press

Ficou aquém do esperado pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) o número de famílias que deixaram de forma voluntária, neste domingo, os prédios vizinhos ao viaduto que desabou no último dia 3, na Avenida Pedro I, na Região de Venda Nova. Das 186 famílias que moram em dois residenciais, que ficam ao lado do elevado que caiu matando duas pessoas e ferindo 23, a Comdec esperava, conforme divulgou nesse sábado, remover 48 delas. De acordo com informação da assessoria de imprensa da instituição, apenas 19 famílias deixaram os apartamentos onde moravam, 15 se recusaram a se mudar. Oito imóveis do condomínio estão desocupados.

Coronel Alexandre Lucas (Comdec), ao centro e com jaqueta preta, conversa com moradores - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Conforme a assessoria, elas se mudaram em um ônibus contratado pela Construtora Cowan, responsável pelo projeto executivo do viaduto que desabou, ou em carros próprios. Também foi informado que, por enquanto, a mudança é voluntária. No entanto, assim que for definida a data para a demolição da alça norte do viaduto - que segundo peritos contratados pela Cowan tem risco iminente de desabar -, a saída será obrigatória.

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Notificadas

A assessoria de imprensa da Comdec também informou que todas as 186 famílias dos residenciais, Antares e Savana, foram notificadas sobre o risco de a alça norte desabar. Por isso, reforça, a assessoria, “ estão cientes e assumem a responsabilidade de ficar nos apartamentos”. Nesta segunda-feira, a Comdec informa que continua o trabalho de remoção das famílias que se dispuserem a mudar voluntariamente.
O prazo para essa operação terminar? “O mais rápido possível”, informou a assessoria.

Tensão

A tarde de domingo foi tensa para os moradores vizinhos ao viaduto que desabou em Belo Horizonte na Avenida Pedro I, na Região de Venda Nova. A remoção começou por volta das 14 horas por decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), depois de perícia concluir que há perigo de novo desabamento. A queda prevista é da alça norte do elevado.

O laudo pericial com essa previsão foi contratado pela Construtora Cowan , responsável pela obra executiva do viaduto que caiu. A retirada de parte dos moradores neste domingo tem como destino um hotel localizado no Bairro São Cristóvão, na Região Noroeste da capital, ou casas de parentes.

Moradores reclamaram durante reunião com o coordenador municipal de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, que foram avisados pela PBH da remoção às 18 horas deste sábado, sem prazo adequado para se organizarem para deixar os respectivos imóveis.

Alguns se negaram a deixar os apartamentos usando argumentos diversos. Todos relacionados à rotina que não vão encontrar para onde se mudarem. Em nota divulgada nesse sábado, a Comdec informou que a retirada dos vizinhos atende a acordo firmado entre a Prefeitura de Belo Horizonte, o Ministério Público e a Construtora Cowan, que vai custear as despesas..