A presidente da Associação dos Moradores e Lojistas da Pedro I, Vilarinho e Adjacências, a advogada Ana Cristina Drummond, que acompanha as famílias do Edifício Antares, entregou um dossiê ao Ministério Púbico de Minas Gerais (MPMG) com depoimentos dos inquilinos contando os transtornos vividos por eles depois da queda do Viaduto Batalha dos Guararapes. A defensora se reuniu nesta segunda-feira com a promotora de Justiça Cláudia do Amaral Xavier, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Belo Horizonte, para pedir medidas do órgão contra os envolvidos na tragédia que deixou dois mortos e 23 feridos.
Para mostrar os problemas vividos pelos moradores, a advogada levou depoimentos em cartas, fotos e ofícios que determinaram a saída das famílias dos prédios. “O maior problema dos moradores é a falta de informações. As remoções deveriam ser realizadas depois que nos apresentassem os laudos sobre a necessidade de demolição e um cronograma para os trabalhos. Recorremos ao MP, pois precisamos de garantias dos nossos direitos. Foram mais de três horas de reunião com a promotora Cláudia do Amaral Xavier, em que analisamos um dossiê com os problemas causados pelas obras, e ela se demonstrou sensibilizada com nossas reivindicações”, contou a advogada.
Drummond espera que o MP tome alguma medida contra os órgãos envolvidos no desabamento. “A promotora se mostrou muito interessada nos nossos pedidos. Espero que entre com uma ação para que os moradores tenham as condições preservadas, assim com os bens materiais”, disse.
Moradores que ainda estão nos prédios têm medo que algo aconteça nos imóveis durante os trabalhos para retirar os destroços do elevado. “Continua muito dolorido para eles. As máquinas que continuam lá trabalhando causam uma trepidação muito exagerada”, comentou Drummond. Desde a última sexta-feira, as famílias contam com auxílio de uma psicóloga, que está atendendo a todos que precisam de ajuda.
Alguns casos já estão sendo analisados. “O trabalho vai identificar as pessoas que querem sair e não fazem parte do bloco que estão sendo esvaziados. Essas pessoas vão poder relatar o medo e será feito um relatório para saber quais situações serão atendidas”, explica a advogada.
O MPMG afirma que a promotora analisa os documentos e que ainda não tomou uma decisão se vai entrar com alguma medida contra os responsáveis pela obra.
Colégio volta a funcionar em nova sede
Alunos do Colégio Helena Bicalho, da Rede Pitágoras, que recebeu orientação da Defesa Civil para suspender as aulas por 30 dias na sede da escola, perto viaduto que desabou na Avenida Dom Pedro I, começam a se adaptar com a “nova casa”. Hoje foi o primeiro dia de aulas nas instalações do Centro Universitário Isabela Hendrix, na Avenida Doutor Álvaro Camargo, distante um quilômetro do imóvel original do colégio.
A instituição tem 400 alunos, do primeiro ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio, que estudam nos turnos da manhã e tarde. A faculdade só funciona à noite e alugou o espaço para o Helena Bicalho. A diretora Suely Bretas levou até brinquedos para as crianças do turno da tarde. Segundo ela, deu muito trabalho transportar o material didático, mas todos os funcionários participaram do mutirão.