Jornal Estado de Minas

Babá indiciada por provocar lesões na cabeça de bebê em BH participa de audiência

O bebê foi diagnosticado com a síndrome do bebê sacudido, que ocorre quando uma criança, geralmente lactente, é violentamente balançada gerando graves problemas cerebrais

João Henrique do Vale
Eliane Vieira dos Santos não respondeu às perguntas da juíza e nem da acusação - Foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press - 05/07/2012

A babá Eliane Vieira dos Santos, indiciada por tentativa de homicídio contra uma criança de 3 meses, agredida em casa no Bairro Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em junho de 2012, foi ouvida nesta quarta-feira durante audiência de instrução no Fórum Lafayette. O bebê foi diagnosticado com a síndrome do bebê sacudido, que ocorre quando uma criança, geralmente lactente, é violentamente balançada gerando graves problemas cerebrais.

O caso começou a ser investigado após o bebê ser internado em 15 de junho de 2012 no Hospital Mater Dei, na capital, em estado de coma, após ter uma convulsão. Os médicos constataram que a criança teve lesões neurológicas provocadas por movimentos bruscos, que fizeram o cérebro bater nas paredes do crânio, causando sangramento.

O Ministério Público denunciou a babá por tentativa de homicídio qualificado – por motivo fútil e com recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. A denúncia foi acatada pela Justiça.

Nesta quarta-feira, Eliane participou da última audiência de instrução sobre o caso. Na companhia de um advogado, ela chegou na sala de audiências sumariantes do 1º Tribunal do Júri por volta das 16h. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a mulher se negou a responder as perguntas da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e dos advogados de acusação.
Apenas afirmou que é inocente.

Em seguida, as palavras passaram para o advogado Thiago Marques Boaventura Borges de Amorim. Eliane apenas confirmou as versões prestadas à polícia na época das investigações. A babá negou as acusações. Segundo ela, quando notou que a criança estava 'mole', ligou para a patroa e em seguida levou o bebê para o hospital, como foi orientada a fazer.

A juíza deu um prazo de 48 horas para a defesa e a acusação fazerem as alegações finais com argumentos de cada parte. Em seguida, o processo volta para a magistrada, que irá decidir se a babá será julgada pelo Júri Popular. .