As circunstâncias de dois homicídios registrados neste ano, em Belo Horizonte, foram esclarecidas e os respectivos suspeitos apresentados pela Polícia Civil. O primeiro caso chama a atenção pelo comportamento dos autores e o segundo envolve tio e sobrinho.
Além do sofrimento da família, a frieza e a crueldade de dois homens ficaram marcadas na morte de Eduardo dos Santos, assassinado em 14 de junho, na Região Leste da capital. Os suspeitos do homicídio são Kennedy Charley de Souza, o Keninho, de 26 anos, e Welbert Castro Borges Benedito, o Bebeto, de 18.
Segundo a Polícia, Bebeto vendeu um Monza para Eduardo por R$ 3 mil e, 20 dias depois, o veículo fundiu o motor. A vítima, então, procurou o suspeito para desfazer o negocio. Welbert Castro não concordou com o pedido de Eduardo e ainda exigiu uma arma como pagamento, o que foi negado pela vítima.
Sem acordo, comprador e vendedor do veículo discutiram por algumas vezes e Bebeto ainda começou a ameaçar Eduardo. No dia do crime, o suspeito e Keninho foram ao conjunto habitacional no Bairro Jardim Vitória, onde a vítima morava com a esposa e a sogra. O autor e Bebeto bateram boca mais um vez e, minutos depois, os suspeitos retornaram ao residencial em uma moto Honda CG.
Enquanto Keninho ficou na garupa, o comparsa desceu da motocicleta e atirou em Eduardo e um disparo atingiu uma das pernas do homem. Não satisfeito, Bebeto entrou no apartamento da vítima e disparou mais cinco vezes, sendo que uma dos cartuchos atingiu a sogra de Eduardo.
Depois da morte de Eduardo, os autores voltaram ao apartamento, expulsaram a companheira e a sogra dele do imóvel. O local foi usado pelos autores como ponto de tráfico de drogas.
Bebeto e Keninho foram presos em 18 de julho. A polícia suspeita que Kennedy Souza tenha engravidado uma adolescente de 12 anos e, por isso, pediu ao Ministério Público (MP) que investigue o caso e faça denúncia contra Keninho por estupro de vulnerável.
Bebeto está envolvido no assassinato de um casal dono de um depósito de material de construção em 2012, na capital. Na época do crime, o suspeito era menor e as investigações indicam que ele deu cobertura à fuga de duas pessoas suspeitas do duplo homicídio.
Arma escondida
Em 16 de fevereiro, Washington Nicolau Barreto, o Totola, de 19, matou Marcílio Nicolau, de 40, sendo que o motivo é o sumiço de uma arma que pertencia ao suspeito. A vítima é tio do autor.
De acordo com a polícia, Barreto escondeu a arma na horta da casa de uma vizinha e foi visto por Nicolau que, dias depois, pegou o objeto. Algumas testemunhas viram a ação da vítima e contaram para Totola.
No dia do homicídio, Barreto e um adolescente de 17 anos foram em uma moto à casa da vítima, localizada no Bairro Paulo VI, Região Leste de BH, para cobrar a arma. Houve discussão e agressão física. Mais tarde, o jovem e o menor retornaram à residência de Nicolau, chamaram por ele e Totola atirou seis vezes no tio.
Depois do assassinato, o adolescente viajou até Capelinha, no Jequitinhonha, e o outro suspeito foi para a casa da avó, em Igarapé, na Grande BH. Totola foi preso nesta semana em cumprimento de mandado de busca e apreensão e negou ser o assassino do tio. Já o adolescente está cumprindo medida sócio-educativa..