Os trabalhos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística, no pilar do Viaduto Batalha dos Guararapes que foi isolado pela Polícia Civil, devem começar nesta sexta-feira. A perícia estava marcada para acontecer nesta quinta-feira, porém, os escombros da avenida ainda não foram totalmente retirados. Os peritos tratam a estrutura como fundamental para apurar as causas da queda do elevado, que matou duas pessoas e feriu outras 23, em 3 de julho.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou, em nota, nesta quarta-feira, que os trabalhos iriam começar hoje. Porém, a limpeza da pista não foi finalizada. Os trabalhos de remoção dos entulhos continuaram nesta quinta-feira. Duas peças da estrutura de sustentação do pilar foram retiradas, o que possibilita o início das escavações. Somente quando a perícia for iniciada é que o prazo de 30 dias para a conclusão do laudo começa a vigorar.
Desde o início das investigações, o pilar é considerado peça-chave para determinar as causas do desabamento. Por causa disso, a área no entorno dele foi preservada com tapumes para não causar danos ao corpo de prova.
Análises preliminares no pilar indicaram que houve um afundamento de aproximadamente seis metros. Profissionais do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG) explicaram que a estrutura do viaduto caiu em cima desse pilar, que é sustentado por 10 estacas de concreto armado. As estacas estão a uma profundidade que varia entre 22 e 24 metros e têm 80 centímetros de diâmetro.
Um estudo feito por uma equipe de engenheiros e calculistas contratados pela Cowan, responsável pela obra, para tentar chegar às causas do desabamento, indicou falhas no projeto executivo. O bloco que sustentava um dos pilares da estrutura foi construído com um décimo da ferragem necessária, conforme a análise.
O perito da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística, Marco Antônio Paiva , já informou que o laudo da Cowan não será levado em consideração na investigação, mas admitiu que a estrutura será quebrada durante as escavações, para detectar a quantidade de aço usada na obra.
Investigação
O delegado Hugo e Silva já ouviu mais de 55 pessoas, entre elas funcionários da Cowan e representantes da Consol. Na próxima segunda-feira, ele vai pedir a prorrogação dos prazos, que terminam no domingo, para analisar melhor o caso. De acordo com a Polícia Civil, o delegado quer esperar os laudos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística.