Jornal Estado de Minas

Máquinas escavadeiras começam a escavar o entorno do pilar de viaduto que desabou em BH

Os trabalhos vão possibilitar que peritos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística da Polícia Civil façam uma análise na estrutura

João Henrique do Vale Tiago de Holanda Guilherme Paranaiba
Técnicos da empresa Cowan começaram a escavar o entorno do pilar do Viaduto Batalha dos Guararapes na tarde desta sexta-feira.
Sob a coordenação de policiais civis e de peritos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística, os funcionários irão fazer um buraco de aproximadamente 3,5 metros de profundidade em um circulo de aproximadamente três metros de diâmetro. A análise na estrutura é considerada como fundamental para apurar as causas da queda do elevado, que matou duas pessoas e feriu outras 23, em 3 de julho.

Os trabalhos feitos por funcionários da Cowan, responsável pela obra no viaduto, começaram depois que os escombros foram retirados e o trecho dentro da área isolada pela Polícia Civil foi limpo. Duas máquinas escavadeiras fazem a escavação. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, está previsto que a perícia no pilar comece ainda nesta sexta-feira. O laudo terá que ser entregue 30 dias depois que a análise se iniciar.

Análises preliminares da Polícia Civil no pilar indicaram que houve um afundamento de aproximadamente seis metros.
Profissionais do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG) explicaram que a estrutura do viaduto caiu em cima desse pilar, que é sustentado por 10 estacas de concreto armado. As estacas estão a uma profundidade que varia entre 22 e 24 metros e têm 80 centímetros de diâmetro.

Um estudo feito por uma equipe de engenheiros e calculistas contratados pela Cowan, responsável pela obra, para tentar chegar às causas do desabamento, indicou falhas no projeto executivo. O bloco que sustentava um dos pilares da estrutura foi construído com um décimo da ferragem necessária, conforme a análise.

O perito da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística, Marco Antônio Paiva , já informou que o laudo da Cowan não será levado em consideração na investigação, mas admitiu que a estrutura será quebrada durante as escavações, para detectar a quantidade de aço usada na obra.

Investigação

O delegado Hugo e Silva vai pedir, na próxima segunda-feira, a prorrogação das investigações. O prazo para entrega do inquérito termina no domingo, porém ele quer analisar melhor o caso. De acordo com a Polícia Civil, o delegado quer esperar os laudos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística.

Demolição pode ser descartada

Durante solenidade de anúncio da ampliação da Parceria Público Privada (PPP) para a construção de Unidades Municipais de Ensino Infantil (UMEIS), Marcio Lacerda (PSB) disse que há dois dias, em conversa com o Ministério Público e também com a Polícia Civil, foi requisitado que a prefeitura aguarde o desenvolvimento dos trabalhos de perícia relacionados à alça sul antes de tomar uma decisão de demolir a alça norte.

O prefeito também afirmou que o Viaduto Montese, que teve um deslocamento lateral de 27 centímetros em fevereiro e precisou ser interditado na ocasião, será submetido a um teste de carga antes que a estrutura seja liberada ao trânsito de veículos. .