Entre as descobertas inéditas estão a de dois crocodilos e uma ninhada com quatro ovos. O principal desses achados é um crânio praticamente completo, além de vários elementos ósseos - como cauda e perna - do restante de um crocodilomorfo que viveu na região há cerca de 90 milhões de anos.
"Ainda que só tenhamos uma visão parcial do crânio, pelas dimensões de cerca de 45 centímetros, pode não ser de um Campinasuchus dinizi, um crocodilo descrito por nós há cerca de dois anos", explicou o geólogo Luiz Carlos Ribeiro. Este já está sendo considerado o maior crocodiliforme encontrado na região.
Foram localizados ainda microfósseis de ostracodes, que são crustáceos de água doce, além de fragmentos de peixes - escamas e ossos cranianos - e até de uma tartaruga. "Há uma grande possibilidade de comporem espécimes inéditos para a ciência. Com certeza, resultarão em artigos científicos, provavelmente em revistas internacionais", contou o pesquisador.
Exposição
A expedição paleontológica é financiada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e destinada à coleta de fósseis. Dos 10 membros da equipe que trabalharam nas escavações, nove são do Complexo de Peirópolis e um pertence ao Museu de Paleontologia de Monte Alto, no interior de São Paulo, que participa como convidado. Os fósseis descobertos serão preparados no laboratório para posterior identificação, estudo e publicação.
Identificados os espécimes e comprovado seu ineditismo, eles serão objeto de reconstrução paleoartística e depois disponibilizados em mostra pública no Museu dos Dinossauros, que fica no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, na zona rural de Uberaba, no Triângulo Mineiro..