Jornal Estado de Minas

Incêndio na Serra do do Rola-Moça é controlado; chamas queimaram 193 hectares

Combatentes vão voltar aos trabalhos nesta quarta-feira para fazer o rescaldo na mata. Os mananciais Barreiro e Mutuca, usados como captação da Copasa, foram atingidos

João Henrique do Vale
Fogo consumiu uma área correspondente a 193 campos de futebol oficial - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

O incêndio criminoso que atinge o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, queimou 193,14 hectares, o que corresponde a 193 campos de futebol oficial. As chamas foram controladas na tarde desta terça-feira pelo Corpo de Bombeiros e brigadistas, que trabalham no local há dois dias. Na manhã desta quarta-feira, aproximadamente 45 homens vão continuar na serra para fazer o rescaldo. As chamas atingiram os mananciais Barreiro e Mutuca.

Veja mais imagens do incêndio

O fogo começou por volta das 10h20 de segunda-feira, no local conhecido como estrada Serra Bela. Descontroladas, as chamas subiram em direção ao Morro do Cachimbo, situado na parte mais alta do Rola-Moça, a 1.580 metros de altitude. Ao todo, 116 homens, entre brigadistas e militares do Corpo de Bombeiros, fizeram o trabalho para debelar o incêndio. Eles contaram com a ajuda de dois aviões Air Tractor do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e dois helicópteros.


As chamas foram controladas às 16h15 desta terça-feira. Porém, a destruição causada pelo fogo deixou um prejuízo para a vegetação e a fauna local. “Uma área de Mata Alântica que não era queimada há 15 anos foi atingida. A fauna que não consegue se afugentar ela é fatalmente atingida. As chamas atingiram várias espécies de roedores, anfíbios, e insetos. Além dos mananciais Barreiro e Mutuca, onde são captadas água da Copasa”, explica Marcus Vinícius de Freitas, gerente do parque.

Os combatentes tiveram problemas com o tempo seco e o terreno acidentado. “A maior dificuldade foi nas áreas íngremes onde tem lugar que um combatente não tem condições de chegar. Por isso, apenas há o combate com as aeronaves. Logicamente, a dificuldade foi associada as questões dos ventos, o déficit hídrico e a baixa umidade relativa do ar”, comenta Freitas.

Ao todo, dois helicópteros e dois aviões Air Tractor foram usados no combate - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

As causas do incêndio ainda são apuradas. Porém, já se sabe, conforme o gerente, que foi causado por um incendiário. Ele alerta pelos prejuízos causados aos cofres públicos.
“O gasto desta operação você imagina. Se você for calcular as horas de voo em helicópteros e aviões que fizeram o lançamento de água o dia inteiro, vai dar uma quantia exorbitante. Dinheiro nosso e dos cofres públicos. Sem falar da alimentação para todos os combatentes”, diz o Marcus Vinícius.

Solidariedade

Mesmo com a tristeza por causa da destruição causada pelo incêndio, a solidariedade e preocupação de algumas pessoas serve de alento para o gerente do parque. “De um lado tem um louco que coloca o incêndio, que foi criminoso. Por outro, tem várias pessoas que ligaram para a sede da unidade oferecendo o serviço e querendo ir para o combate, além de empresários querendo fornecer material”, afirma Freitas. .