"Ela mudou a versão dos fatos e disse que estava sendo ameaçada por Ernandes já que queria terminar o relacionamento amoroso que mantinha com ele. O policial civil teria dito que, caso ela insistisse em acabar com o namoro, alguém da família dela morrerira. Como o caso era extraconjugal, Alessandra não podia contar ao marido sobre as ameaças", explica o delegado. A mulher disse que quem arquitetou a morte do auditor fiscal foi Ernandes, e afirmou não ter tido participação no crime. Entretanto, segundo o delegado, após o assassinato, ocorrido em fevereiro deste ano, o namoro entre Alessandra e Ernandes continuou.
Além de Alessandra e Ernandes, os irmãos Flávio de Matos Rodrigues e Otávio de Matos Rodrigues também estão presos. A polícia ainda tenta encontrar pelo menos mais dois homens suspeitos de envolvimento pelo crime. Conforme Bossi, um deles, que ainda não foi identificado, seria o autor dos disparos que mataram o auditor fiscal.
O crime
O assassinato de Iorque Leonardo, que era auditor fiscal de tributos, aconteceu em fevereiro deste ano, a cerca de 200 metros do prédio em que morava, no Bairro Padre Eustáquio, Região Noroeste da capital. Ele seguia para o trabalho e, por volta das 7h, na esquina das ruas Curupaiti e Lorena, um homem o chamou pelo nome e atirou. Sete disparos acertaram a cabeça do auditor. O assassino foi visto correndo e entrando em um Renault Scénic grafite, ocupado por mais dois homens.
As investigações sobre o caso foram baseadas em análise de imagens de câmeras de segurança, bilhetagem e interceptações telefônicas. Foi assim que a polícia conseguiu chegar até os envolvidos no crime. Alessandra, principal suspeita do crime, trocou mais de mil ligações com o policial civil Ernandes Santos em aproximadamente dois meses. Os contatos demonstraram uma aproximação entre os dois, apesar da mulher afirmar que ele não era seu amante.
A motivação para o crime seria econômica. Com a morte do auditor, Alessandra receberia pensão de R$15 mil por mês, além de R$ 130 mil de férias prêmio que eram devidas ao funcionário da Prefeitura de Belo Horizonte.
Alessandra, Flávio e Otávio foram presos em julho suspeitos do crime. Na oficina dos irmãos foi encontrado o veículo usado na ação.