Segundo o Ibama/MG, 10 zoológicos no estado são da categoria C, que apresenta menos exigências. Um particular em Ipatinga é da classe B e, como obrigações extras, deve “possuir programas de estágio supervisionado nas diversas áreas de atuação” e “literatura especializada disponível para o público”, define a Instrução Normativa 169 do Ibama, de 2008. Independentemente do tipo, as instituições têm de desenvolver programas de educação ambiental. O Zoo de BH, entre outros preceitos, precisa “promover intercâmbios técnicos nacionais e internacionais”, como todos da classe A.
A instituição belo-horizontina abriga 3,7 mil animais de cerca de 270 espécies, segundo Gladstone. “Dessas, 24 são brasileiras ameaçadas de extinção, das quais 15 se reproduziram nos últimos 10 anos no zoológico, como o cachorro-do-mato-vinagre e o tamanduá-bandeira. Uma delas, a ararinha-azul, foi extinta na natureza e hoje só existe em zoológicos, que são aliados da conservação”, afirma. A maior parte dos animais que chegam a essas instituições foi apreendida de traficantes pela polícia ou resgatados, ressalta a bióloga Vivian Teixeira Fraiha, da seção de mamíferos. “Também há bichos excedentes de outros zoológicos. Nunca são simplesmente capturados da natureza”, diz. Alguns nascidos em cativeiro chegam a ser introduzidos em hábitat.
EXCURSÕES O zoológico da capital recebe diariamente excursões de escolas públicas e particulares. Na quarta-feira, por exemplo, o local foi visitado por um grupo de 20 alunos de 4 e 5 anos do Instituto Cecília Meireles, que funciona no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul da cidade. “Todos os anos, turmas de 2 a 6 anos vêm para cá. A visita é o trabalho de campo de um projeto pedagógico que envolve todas as disciplinas. É importante para que desenvolvam o zelo pelos animais”, explica a coordenadora da educação infantil, Maize Borges.
A professora aposentada da Faculdade de Letras da UFMG Maria Antonieta Pereira, coordenadora do programa Adote um Amigo, que, em convênio com a PBH realiza a castração de animais e incentiva a adoção deles, acredita que a visita a zoológicos é deseducativa. “As pessoas devem observar os bichos em seu habitat natural, não presos.
O Projeto de Lei 87, de 2013, aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal, define que o zoológico da capital tenha entre suas tarefas recuperar animais silvestres para posterior reinserção na natureza, incluindo a possibilidade de animais apreendidos pela polícia, hoje encaminhados ao Ibama, sejam entregues à instituição. “O nascimento de um gorila é um exemplo espetacular do bom trabalho feito pela instituição, mas hoje sua função prioritária é mostrar animais para as pessoas. Ela precisa mudar seu foco. A função de recuperar animais apreendido se tornaria a principal. A visitação ficaria restrita a fins acadêmicos”, diz o autor do projeto, vereador Leonardo Mattos (PV)..