Jornal Estado de Minas

Placas indicativas para Copa ainda estão espalhadas por BH

Jorge Macedo - especial para o EM
Valquiria Lopes

  - Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press.

Mesmo após um mês do fim da Copa do Mundo, Belo Horizonte ainda guarda marcas do mais importante evento esportivo do planeta. Placas indicativas de eventos que ocorreram durante o torneio, como a Fan Fest, estão espalhadas pela cidade e o inglês passou a fazer parte dos cardápios em bares e restaurantes. As amizades e romances entre brasileiros e estrangeiros persistem nas redes sociais, inclusive com promessas de novos encontros. Na Savassi, ponto que se tornou o coração da festa futebolística, não há mais turistas como no período do Mundial, mas quem trabalha nos quarteirões fechados da Praça Diogo de Vasconcelos não consegue esquecer a multidão de visitantes que veio à capital mineira.

É como se BH guardasse os vestígios, sem querer se despedir dos 32 dias de torcida, alegria e confraternização. Mesmo sem os gringos que durante a Copa fizeram fila à espera de cerveja e porções no bar Tudo no Espeto, na Savassi, o operador de caixa Afonso Araújo, de 51 anos, expõe o cardápio com os nomes dos petiscos escritos em inglês. “A Copa serviu para mostrar que é importante ter uma apresentação dos produtos em outra língua”, afirmou. Na vizinha Cafeteria Três Corações, na Praça Diogo de Vasconcelos, a atendente Cristiana do Carmo, de 26, reforça a afirmação de Afonso. “O cardápio bilíngue foi feito para a Copa e ajudou bastante.

Não vou me esquecer nunca do Mundial”, diz.

No Expominas, na Gameleira, a estrutura para abrigar a festa oficial da Fifa, a Fan Fest, foi desmontada. Entretanto, quem passa pelo Anel Rodoviário ainda vê placas com indicações sobre como chegar ao centro de eventos. Em toda a cidade, a Prefeitura de Belo Horizonte instalou 80 placas alusivas a eventos da Copa e, sem informar quantas já foram retiradas, afirmou que a remoção está sendo feita de forma gradativa.

Na Avenida do Contorno, na Savassi, uma placa ainda anuncia, em português e inglês, que há acomodações disponíveis para junho e julho. Proprietário do imóvel de 14 apartamentos, o empresário Lúcio Aleixo, de 35, diz ter se esquecido de retirar a sinalização. “Com a proximidade da Copa, vi a oportunidade de lucrar com aluguéis. Depois, nem pensei em retirá-la”, disse o empresário. Ele adiantou que vai providenciar a remoção o quanto antes.

PAQUERA
Foi em uma mesa de bar da Savassi que os primeiros olhares foram trocados, mas foi apenas um encontro e não houve tempo hábil para que a fisioterapeuta Mychelle Portugal, de 33, conhecesse melhor o técnico em eletrônica norte-americano Joe Vazquez, de 38. Na mala, Joe levou mais do que boas lembranças da hospitalidade e da comida mineira. “Naquele dia, trocamos telefone e desde então conversamos todos os dias. Estamos nos conhecendo melhor e vivendo um clima de paquera. Ele vai voltar a BH em setembro e, quem sabe, podemos ter algo a mais?”, diz Mychelle, de olho nas fotos do novo candidato, no celular.

INVASÃO DE TURISTAS
A Copa foi um sucesso de visitação em BH. Durante o Mundial, a capital mineira ficou lotada e ao fim dos jogos recebeu o título de terceiro destino mais procurado por turistas de outros países.
De acordo com o Ministério do Turismo, o Brasil recebeu 1 milhão de estrangeiros durante o evento. Um quinto deles teve BH como destino (20,8%), atrás apenas do Rio (70,7%) e São Paulo (43,3%). Os números não levam em conta os cerca de 3 milhões de brasileiros que viajaram internamente no país. Belo Horizonte também foi bem avaliada, com índices que ultrapassaram os 90%, entre os turistas internacionais, e 80%, entre os brasileiros. A hospitalidade mineira, a segurança pública e as opções de diversão noturna tiveram aprovação ainda maior (94%).

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