O isolamento feito pela Prefeitura de Belo Horizonte não foi o suficiente para impedir a ação de vândalos no alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, no Bairro São João Batista. O elevado foi pichado na madrugada desta quarta-feira por algumas pessoas que subiram na estrutura, que segundo a empresa responsável pela obra corre risco de desabar. A falta de segurança no entorno da área da tragédia, que deixou dois mortos e 23 feridos, já havia sido questionada juiz da 4ª Vara da Fazenda Municipal de Belo Horizonte, Renato Luís Dresch, em liminar que impede a demolição.
A ação dos pichadores, segundo informações de comerciantes e moradores da região, aconteceu na madrugada deste quarta-feira. As pessoas que fizeram o ato invadiram a área que está fechada com tapumes, subiram no elevado e usaram tinta para escrever palavras de ordem na estrutura. Elas questionam a falta de punição por causa da tragédia. “Brasil campeão do descaso” foi uma das frases escritas. Os dizeres estavam no lado visto por quem segue no sentido Bairro/Centro.
A falta de segurança no entorno da alça, que segundo laudo da Cowan, responsável pela obra, corre risco de desabar, já havia sido questionada em ação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ao conceder liminar ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e vetar a demolição da estrutura, o juiz Renato Dresch concordou com alguns questionamentos feitos pelo órgão.
Conforme o MP, mesmo a prefeitura prometendo remoções rápidas e encaminhando as famílias para hotéis, eles “ainda têm livre acesso às suas casas e às imediações, o que lhes permite concluir que o local não foi formalmente interditado”. Ao analisar o pedido, o juiz observou que a interdição dos prédios não é efetiva, pois não há restrição de acesso aos proprietários das unidades.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que a área segue isolada para o trabalho da perícia técnica da Polícia Civil. Sobre a invasão do local, explicou que pichação se caracteriza vandalismo, e por isso a Polícia Militar (PM) teria que falar sobre o assunto. Ninguém da PM foi encontrado para comentar o caso. .