A expulsão do estudante Gabriel de Vasconcelos Spínola da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por ter sido apontado como mentor do trote com conotações nazistas e racistas promovido por veteranos da Faculdade de Direito no início do ano passado, vai servir de exemplo para os atuais alunos e para os próximos da instituição. “A universidade, de tempos em tempos, precisa deixar claro quando o ato é grave e que determinados limites não podem ser ultrapassados, que qualquer ação que viole os valores da dignidade da pessoa, ou valores construídos ao longo das gerações que nos antecederam, e que fazem parte da nossa instituição, não poderá ser aceita ou tolerada pela comunidade”, alerta o reitor Jaime Arturo Ramírez. Outros três estudantes de direito envolvidos, Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva, foram suspensos por seis meses.
Segundo o reitor, a resolução que proíbe o trote foi editada em maio deste ano, mas já havia um regulamento de comportamento dos alunos no regimento do estatuto da instituição. A partir de agora, segundo ele, uma série de ações serão implementadas para mudar a cultura do trote. “Todos os alunos novos receberão essa informação no ato da matrícula”, disse o reitor. Segundo a norma, alunos infratores estarão sujeitos a advertência, suspensão e até mesmo expulsão.
O trote ocorreu em 15 de março de 2013. Duas fotos publicadas em perfis do Facebook provocaram grande repercussão na internet. Uma delas mostrava um calouro amarrado, com três alunos fazendo saudações nazistas ao lado. Um dos jovens usava um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler. A outra foto continha uma jovem pintada de preto, com as mãos acorrentadas e puxada por um veterano. Ela carregava uma placa com os dizeres “Caloura Chica da Silva”, em referência à escrava que viveu em Diamantina. Segundo o reitor, as investigações concluíram que Spínola foi quem amarrou o calouro na coluna. “Ele convenceu os outros alunos a participar da saudação que remete ao nazismo”, esclarece o reitor, que considera o caso como um dos mais graves já ocorridos nos últimos 30 anos da história da UFMG. “Não considero que as punições foram exageradas”, disse.
A comissão foi formada por três professores do Departamento de Direito. Três dos alunos contrataram advogados. Segundo Jaime Arturo Ramírez, o Conselho Universitário é a instância máxima e não cabe recurso. O reitor esclarece que Gabriel Spínola somente poderá frequentar a UFMG se prestar novo vestibular. “Essa ação de desligamento se encerra nesse ato”, disse Ramirez.
EXAGERADA Estudantes da Faculdade de Direito consideram exagerada a punição adotada pela UFMG, mas condenam o que consideram “brincadeira de mau gosto”. Diogo Campos, de 21 anos, é do oitavo período do curso e conta que já houve trotes tão graves como esse na faculdade e que nunca houve punição. “Tudo acontecia debaixo dos olhos dos diretores. Só porque esse último trote teve repercussão na mídia, eles quiseram dar uma resposta à sociedade?”, questiona Diogo.
O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito não quis se manifestar sobre as punições. Já o Centro Acadêmico do Departamento de Esporte, Cultura e Lazer, que funciona no mesmo prédio, considera que a UFMG agiu corretamente. “A punição foi correta, mas estranhamente muita gente que se envolveu no mesmo trote se safou”, disse o aluno Gabriel de Souza Oliveira e Silva. Segundo ele, cerca de 200 pessoas participaram do trote.
Segundo o reitor, a resolução que proíbe o trote foi editada em maio deste ano, mas já havia um regulamento de comportamento dos alunos no regimento do estatuto da instituição. A partir de agora, segundo ele, uma série de ações serão implementadas para mudar a cultura do trote. “Todos os alunos novos receberão essa informação no ato da matrícula”, disse o reitor. Segundo a norma, alunos infratores estarão sujeitos a advertência, suspensão e até mesmo expulsão.
O trote ocorreu em 15 de março de 2013. Duas fotos publicadas em perfis do Facebook provocaram grande repercussão na internet. Uma delas mostrava um calouro amarrado, com três alunos fazendo saudações nazistas ao lado. Um dos jovens usava um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler. A outra foto continha uma jovem pintada de preto, com as mãos acorrentadas e puxada por um veterano. Ela carregava uma placa com os dizeres “Caloura Chica da Silva”, em referência à escrava que viveu em Diamantina. Segundo o reitor, as investigações concluíram que Spínola foi quem amarrou o calouro na coluna. “Ele convenceu os outros alunos a participar da saudação que remete ao nazismo”, esclarece o reitor, que considera o caso como um dos mais graves já ocorridos nos últimos 30 anos da história da UFMG. “Não considero que as punições foram exageradas”, disse.
A comissão foi formada por três professores do Departamento de Direito. Três dos alunos contrataram advogados. Segundo Jaime Arturo Ramírez, o Conselho Universitário é a instância máxima e não cabe recurso. O reitor esclarece que Gabriel Spínola somente poderá frequentar a UFMG se prestar novo vestibular. “Essa ação de desligamento se encerra nesse ato”, disse Ramirez.
EXAGERADA Estudantes da Faculdade de Direito consideram exagerada a punição adotada pela UFMG, mas condenam o que consideram “brincadeira de mau gosto”. Diogo Campos, de 21 anos, é do oitavo período do curso e conta que já houve trotes tão graves como esse na faculdade e que nunca houve punição. “Tudo acontecia debaixo dos olhos dos diretores. Só porque esse último trote teve repercussão na mídia, eles quiseram dar uma resposta à sociedade?”, questiona Diogo.
O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito não quis se manifestar sobre as punições. Já o Centro Acadêmico do Departamento de Esporte, Cultura e Lazer, que funciona no mesmo prédio, considera que a UFMG agiu corretamente. “A punição foi correta, mas estranhamente muita gente que se envolveu no mesmo trote se safou”, disse o aluno Gabriel de Souza Oliveira e Silva. Segundo ele, cerca de 200 pessoas participaram do trote.