O projeto que detalha o plano de manejo das capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, terá que passar por alguns ajustes técnicos. A captura dos animais será feita pela empresa Equalis Ambiental, contratada pela Prefeitura de BH. Em reunião na Promotoria de Defesa Ambiental, na tarde desta segunda-feira, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentou a análise do estudo e apontou algumas pendências. A PBH deve encaminhar nos próximos dias os documentos com as correções ao Ibama para que seja expedida a licença. A expectativa é que os trabalhos de remoção aconteçam dentro de 15 dias.
A necessidade de controle dos animais ganhou força principalmente por causa do alerta da febre maculosa, já que alguns roedores podem estar servindo de reservatórios da bactéria causadora da doença, que é transmitida ao homem pelo carrapato-estrela. O estudo da Equalis Ambiental começou a ser feito em maio deste ano. Com base em observações dos biólogos, a empresa chegou à conclusão de que a população dos roedores é de cerca de 100 animais, sendo que à época foram observados nove grupos distintos – quatro no Parque Ecológico Promotor Francisco José Lins do Rego e o restante espalhado pela lagoa.
O projeto foi enviado para a avaliação do Ibama em julho deste ano. Nesta segunda-feira, em reunião realizada a pedido da promotora Lilian Marota, o órgão deu o seu parecer. Os técnicos apontaram alguns ajustes que devem ser feitos nos procedimentos de manejo das capivaras.
O Ibama quer um detalhamento sobre algumas operações, que não foram expostas no projeto. Um dos questionamentos é a mistura das capivaras. O órgão afirma que os grupos, que normalmente vivem juntos em diferentes locais da Pampulha, não podem ser colocados juntos, pois há o risco de ataques entre eles.
Outro ponto questionado é sobre a captura ativa dos animais. Nesta situação, as capivaras têm que ser anestesiadas e, por isso, há o risco de contaminação na orla da lagoa. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) informou que essa situação só será feitam em última caso.
A PBH pretende entregar o projeto com as mudanças nos próximos dias. A expectativa, caso a licença seja expedida, é que em 15 dias os trabalhos comecem. O Ibama acatou o pedido da promotora Lilian Marota e informou que vai fazer a análise dos documentos o mais rápido possível. “Assim que a empresa for autorizada iniciaremos os trabalhos de captura e recolhimento dos carrapatos para exames. Seguiremos o protocolo de tratar as capivaras que porventura estejam doentes para depois destiná-las a um local mais apropriado ao seu habitat natural”, garante o secretário Municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros (PV).