Pedro Ferreira
Em março, um laudo apontou falhas estruturais na estação, como falta de parafuso em vigas, peças remendadas e encaixes imperfeitos no teto, o que colocava em risco a segurança de 80 mil passageiros que passam pelo local diariamente. Segundo o perito judicial e consultor em geotecnia e estruturas do Instituto Mineiro de Perícias, Gerson Angelo Campera, a estação, inaugurada recentemente, já estava em processo inicial de deformação.
A estudante Thaís dos Anjos Marques, de 16, conta que há uma semana tropeçou na mesma escada de onde as mulheres caíram na terça-feira. “A minha sorte é que foi na parte de baixo e eu conseguir manter o equilíbrio. Reclamei com um funcionário, mas ele nem me ouviu direito”, disse a estudante.
A doméstica Ana Paula Alves de Souza, de 22, reclama que a escada rolante para de funcionar repentinamente e que as vezes ela perde o equilíbrio. “Quase capotei lá embaixo”, conta. A assistente de consultório dentário Selma Favato, de 62, alerta que o fluxo de pessoas nas escadas é intenso e que o espaço deveria ser sinalizado para quem sobe ou desce. “As pessoas ficam trombando umas nas outras e faltam derrubar a gente. É muita confusão, as pessoas descem correndo para não perder o ônibus e saem empurrando quem está subindo”, desabafa Selma. Ela disse já ter registrados três reclamações na administração do local e não foi atendida.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e a BHTrans disseram que vistoriaram a Estação Gabriel e que vão apurar as possíveis causas do acidente de terça-feira. Em relação ao problemas apontados em junho pelo perito, disseram que as providências foram tomadas para reforçar a segurança dos pedestres. Na Estação Pampulha do BRT, uma escada rolante rente a uma parede de concreto colocava em riscos os pedestres, que poderiam ter mãos e braços esmagados. A Sudecap informou que a fabricante da escada instalou uma proteção para evitar acidentes.