O juiz Maurício Leitão Linhares, que preside a sessão, começou os trabalhos às 13h. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), representado pela promotora Patrícia Estrela Vasconcelos, dispensou todas as suas cinco testemunhas arroladas. A defesa, a cargo do advogado Ronaldo Lara Júnior, manteve as cinco pessoas intimadas por ele. O conselho de sentença foi formado por quatro mulheres e três homens, que foram escolhidos através de sorteio.
A possibilidade da morte de Sérgio ter sido encomendada por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, hipótese levantada na época das investigações, voltou à tona durante o julgamento. Dois familiares da vítima, que prestaram depoimento, citaram a intriga existente entre Macarrão e Sales.
A exnamorada do primo do atleta disse que ainda acredita que o crime tem relação com o assassinato de Eliza Samudio. Essa hipótese foi desmentida por neguinho em seu depoimento. O réu confessou o crime e disse que o assedio contra a mulher motivou seu ódio. O réu afirmou que não conhecia nenhum dos envolvidos do caso Bruno e que não foi queima de arquivo.
Debates
O Defensor Público Giovani Manzo, assistente de acusação, começou os debates reforçando o que disse o réu. Segundo o advogado, nada no processo liga o crime ao Caso Bruno. As motivações para o assassinato de Sérgio seria sedução e manipulação. A fala foi reforçada pela Promotora Patrícia Estrela, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Para ela, o crime foi motivado por ciúme.
A promotora também ressaltou que o réu agiu por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Inclusive, com agressão desproporcional. Para ela, Alexandre já saiu de casa com a intenção de matar, pois carregava uma arma calibre 38 de seis tiros que foi carregada. A vítima foi atingida por oito disparos.
Ainda durante o debate, o advogado de defesa, Ronaldo Lara, tentou desqualificar a vítima dizendo que ela tinha problemas com a polícia. Ele afirmou que a condenação do réu por ter matado uma pessoa é eterna. Disse que Alexandre matou de forma irresponsável e que já paga por isso.
O crime
Sérgio foi assassinado em 22 de agosto de 2012.
Logo cedo, Alexandre foi até a casa de Denilza em uma moto vermelha e cumpriu o combinado. Porém, não fez o caminho completo até o trabalho dela. A mulher foi deixada para seguir parte do caminho a pé, enquanto era monitorada por ele. Durante o percurso, Sérgio novamente foi ao encontro da garota e tentou agarrála.
Alexandre se aproximou do primo de Bruno e disse: “então é você o estuprador”. Logo em seguida, deu dois tiros em Sérgio que saiu correndo. Enquanto ele fugia, o suspeito atirou quatro vezes, mas nenhum tiro acertou a vítima. Sérgio ainda conseguiu correr e se escondeu atrás de uma árvore, na casa de amigos. Alexandre se escondeu atrás de um carro que estava estacionado no quintal da casa, recarregou a arma e voltou a atirar contra o jovem.