Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil de Formiga, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, para investigar um padre suspeito de pedofilia. O homem prestou depoimento na delegacia da cidade e confessou ter assediado um adolescente de 14 anos. Em conversa por uma rede social, o religioso mandava mensagens para o garoto e até chegou a pedir imagens dele nu. Ele foi liberado por não ter configurado o flagrante. A delegada responsável pelo crime vai pedir uma medida cautelar para afastá-lo do jovem.
As investigações sobre o caso começaram na última semana depois que a mãe do adolescente procurou a delegacia. A vítima conheceu o suspeito pois jogava futebol com ele e outros colegas menores de idade. “O garoto contou para os amigos e para a mãe que o padre o estava assediando. Orientamos a mãe e ela nos trouxe as mensagens impressas”, afirma a delegada Luciana de Sousa Silva, do Juizado Especial e Proteção à Família.
Depois da comprovação do assédio, a delegada pediu à justiça um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido nessa quarta-feira. A polícia foi até o local de trabalho do padre, que já está afastado das suas funções eclesiásticas, e depois seguiram até a casa dele. “Na residência, um perito analisou o notebook e o celular dele e encontramos toda a conversa”, comentou Silva.
O padre foi levado para a delegacia e confessou, em depoimento, o assédio. “Ele pediu perdão e disse que realmente foi ele quem escreveu as mensagens. Tivemos que liberá-lo, pois não encontramos nenhum material no computador, como fotos de adolescentes nus, que configurasse o flagrante”, relatou a delegada.
Na oitiva, o religioso explicou que já está afastado das suas funções eclesiásticas há um tempo. Ele diz que pediu o seu afastamento por ter ficado um longo período sem férias e estava cansado. Mesmo solto, o padre pode ser proibido de encontrar com o adolescente. “Vou representar à Justiça uma medida cautelar diversa da prisão pedindo a proibição dele ter contato com a vítima”, explica a delegada.
O inquérito tem um prazo de 30 dias para ser encerrado. A polícia não descarta, apesar de não ter nenhuma denúncia, que outros jovens tenham sido assediados. Garotos que participavam do futebol junto com o padre também serão chamados para depor.