Jornal Estado de Minas

Portas das estações do Move não abrem sincronizadas com coletivos

Além das pegadinhas relatadas por passageiros nos painéis do Sistema Inteligente de Transporte Coletivo (Sitbus), o BRT também apresenta aos usuários outras armadilhas, algumas até perigosas.

É o caso das portas de vidro das estações de transferência de passageiros que ficam abertas, ao invés de sincronizarem com os coletivos e se abrirem apenas quando algum ônibus estiver encostado no terminal. Pelo menos duas estações têm esse problema: Monte Castelo, no corredor Pedro I, e Minas Shopping, no corredor Cristiano Machado. Não é difícil encontrar pessoas colocando parte do corpo para fora, com a intenção de checar se ônibus está chegando.

Na Estação Minas Shopping, todas as portas estavam abertas ontem à tarde nos dois módulos que integram o terminal. A situação chamou a atenção da coordenadora de equipe Gizele Miranda, de 22 anos. “É muito perigoso. Imagina se uma mãe descuida um segundo de seu filho? Ele pode cair na pista de concreto e ser atropelado por um ônibus”, diz ela.

Um dos funcionários do Transfácil, consórcio operador do transporte coletivo em BH, que não quis se identificar, afirmou que os técnicos estão com dificuldade de resolver o problema.
“Está ficando aberto porque eles não conseguem sincronizar a abertura e fechamento com a passagem dos ônibus”, diz ele. Na Estação Monte Castelo, no corredor Pedro I, além de ficarem abertas, duas portas estão escoradas, fora do trilho normal. A situação chama a atenção para a precariedade da instalação. Duas portas quebradas também estão escoradas na Estação Tamoios, do corredor Paraná.

BHTrans

Em nota, a BHTrans informou que é responsável por regular os serviços de transporte, definindo quais devem ser as condições de operação. No caso do Sitbus, quem opera é o Transfácil, consórcio responsável pelo transporte coletivo na cidade. Quando os transtornos nos painéis de informação aos usuários são detectados, a BHTrans informa o consórcio, que está sujeito a punições previstas em contrato caso não regularize os problemas.

A empresa que gerencia o trânsito na capital informou ainda que “eventualmente, falhas nos dispositivos de GPS ou inoperância na rede de telefonia podem comprometer a qualidade das informações apresentadas aos usuários nos painéis instalados nos pontos”, diz o texto. A BHTrans já tem conhecimento do problema com as informações da linha 66 na Estação Minas Shopping da Cristiano Machado e informa que as medidas para solucionar o caso já foram tomadas.

Sobre a questão da segurança das estações onde as portas estão abertas, a BHTrans diz que “mesmo que ela esteja aberta ou que não tenha porta, como nas plataformas das estações de integração e nas estações de metrô, por exemplo, existe uma demarcação de uma faixa amarela bem visível que delimita o espaço onde os passageiros devem permanecer enquanto aguardam o ônibus e que não devem ultrapassar para evitar risco de acidente”. Também foram afixados avisos para os passageiros terem cuidado e se preocuparem com um vão, entre a plataforma e o coletivo.

A reportagem procurou o Transfácil, mas o consórcio informou só ter condições de checar os problemas apontados hoje. (GP)

 

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