Dois motins em unidades prisionais no interior de Minas Gerais terminaram com um morto e 31 presos feridos. Um dos movimentos foi na cadeia pública de Campestre, no Sul de Minas, onde albergados colocaram fogo em uma cela, revoltados com a transferência programada para hoje. A outra mobilização foi no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde também houve incêndio.
De acordo com a Polícia Civil, por volta de 21h30 de segunda-feira, detentos de Campestre iniciaram o motim. Um dos presos que estava na cela incendiada morreu e outros oito foram socorridos para hospitais de Passos e Alfenas. Segundo a polícia, a unidade prisional já está interditada pela Justiça e foi programada a transferência de detentos para esat terça-feira, o que gerou a insatisfação. Um inquérito foi aberto para apurar a responsabilidade pelo fogo e os detentos foram levados para cadeias de Alfenas e Três Corações.
Segundo a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), 23 presos sofreram escoriações leves e foram atendidos no setor de saúde do Ceresp. Eles foram atingidos por munições não letais ou se machucaram durante o tumulto. Todos passaram por exame de corpo de delito dentro do Centro de Remanejamento. Cinco deles foram encaminhados para o Hospital de Pronto Socorro, mas passam bem.
A Suapi ainda informou que a ação dos agentes penitenciários foi acompanhada pelo juiz da Vara de Execução Criminal, Daniel Reche Motta. Nesta terça-feira, o Comando de Operações Especiais (COPE), do Sistema Prisional, acompanhará os desdobramentos do ocorrido e dará apoio às transferências que devem ocorrer nos próximos dias.
A secretaria fará a mudança de 40 detentos, identificados como líderes do motim, para outras unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A direção do Ceresp instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido e vai avaliar os danos ao patrimônio.