O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, informou ontem que a prefeitura espera que a demolição da alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Dom Pedro I, ocorra em 14 de setembro. A estrutura está interditada desde a queda da alça sul, em 3 de julho. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) definiu que uma área de 200 metros deverá ser evacuada para que se adote o método de implosão. “Temos o projeto pronto. Nosso pessoal foi ao Rio de Janeiro no fim de semana, para acompanhar a implosão de uma antiga fábrica. Não vamos implodir todo o viaduto. Vamos fazer uma implosão controlada do pilar, para que a estrutura caia, como se fosse uma falha da sustentação”, detalhou.
A área ao redor da estrutura terá que ser isolada cerca de uma hora antes do procedimento e voltará a ser liberada meia hora depois de sua conclusão, segundo a Comdec. O círculo delimitado abrange edificações nos bairros Planalto (Região Norte) e São João Batista (Venda Nova), incluindo todos os prédios dos residenciais Antares e Savana, que estão em um raio de 50 metros o que, segundo Lacerda, vai depender de uma proteção específica.
“A preocupação maior é com a população. Aquelas pessoas que quiseram se deslocar para hotéis tiveram a opção. As demais estão tendo assistência no dia a dia”, garantiu o prefeito. A Comdec pretende começar ainda nesta semana a cadastrar moradores da área que será evacuada, além de pessoas que trabalham no local.
“Ainda não sabemos o número de residências e pontos de comércio. O cadastramento será feito para que essas pessoas sejam informadas sobre o que vai acontecer, em qual momento terão que sair. Vamos visitar as lojas e residências e registrar os e-mails e telefones de todos”, explica o coordenador da Comdec, coronel Alexandre Lucas.
Depois que a alça sul desabou, a construtora responsável pela obra do viaduto, a Cowan, divulgou um laudo técnico afirmando que erros de projeto haviam causado o incidente, que matou duas pessoas e feriu 23. Segundo o parecer, a alça norte poderia cair a qualquer momento, por ter sido construída repetindo as falhas, que são negadas pela empresa autora do projeto, a Consol. Apesar de não serem oficiais, as informações motivaram a prefeitura a determinar a remoção das famílias que moram nos blocos 8 e 9 do Residencial Antares e no bloco 3 do Savana, mais próximos ao elevado. Parte delas foram instaladas em um hotel, mas algumas se recusaram a sair.
Liminar
A Justiça manteve a liminar definindo que a alça norte do viaduto pode ser demolida somente após o procedimento ser discutido com a “população imediatamente atingida”, composta por moradores e comerciantes da região. O juiz Renato Luís Dresch, da 4ª Vara da Fazenda Municipal de Belo Horizonte, em decisão publicada segunda-feira, recusou os embargos de declaração interpostos pelo Executivo municipal, mas ainda cabem outros recursos, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
OCUPAÇÕES O prefeito Marcio Lacerda voltou ontem a criticar as ocupações de sem-teto na Granja Werneck, Região Norte de BH. “O investimento da prefeitura é de R$ 200 milhões para cuidar da parte de equipamentos públicos, escolas, unidades de saúde.