O pedreiro D.N.S., de 42 anos, pai de Ronivon e Jagner, foi o primeiro a chegar na crime. Ele tinha o objetivo de evitar os assassinatos. Ele recebeu um telefonema do filho mais jovem e ouviu Jagner repetir várias vezes os nomes dos autores e súplicas para não deixá-lo morrer. “Meus filhos tinham acabado de sair de casa quando aconteceu a tragédia. Eles disseram que iriam à farmácia e os amigos foram buscá-los.
Segundo o homem, enquanto ele ouvia os disparos, seu celular tocou. Era Jagner. Assim que atendeu, o pedreiro ouviu o filho dizer: “Pai, socorre a gente, que o Gilberto e o Cleitinho estão nos matando”. Sem nem pensar no risco de também ser morto, o pedreiro pegou o carro e correu para o local onde os filhos e os amigos estavam. Ele chegou quando os últimos tiros eram disparos. Ainda conseguiu ver a sombra de dois homens fugindo a pé. Os autores, que já foram identificados, continuavam foragidos até o fechamento desta edição. A dupla seria um dos líderes do tráfico de drogas da região e temidos pela população. A polícia está à procura de Gilberto Vasconcelos de Miranda, 29 anos, e Cleiton Vasconcelos de Carvalho.
CENA DE HORROR
A cena que encontrou, de acordo com D., foi a pior que ele viu em toda a sua vida. No local, estavam Paulo, que era quem dirigia o Uno; Willian, que estava no banco dianteiro do carona; e Jagner, que ficou atrás, do lado direito do carro. Todos estavam baleados.
O homem seguiu com um dos filhos e as outras duas vítimas até a Policlínica de São Joaquim de Bicas, mas as vítimas não sobreviveram. O pedreiro ainda retornou à Rua Itajubá, na esperança de encontrar o outro filho vivo. Quando ele chegou, a PM já estava no local, próximo ao local onde Ronivon caiu, já sem vida.
“O Roni correu, mas foi morto pelas costas. Minha mulher também esteve no local e ficou desesperada. Nos tiraram dois filhos de uma única vez”, falou o pai. Ele e a mulher têm mais cinco filhos, de 25, 14, 11, 8 e 3 anos, e são avós de duas crianças, de 3 anos e um de 6 meses.