A degradação das árvores do gênero “fícus” nas avenidas Bernardo Monteiro, no Bairro Funcionários, e Barbacena, no Barro Preto, além da Praça da Boa Viagem, todas na região Centro-Sul de Belo Horizonte foi debatida esta semana na Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara de Belo Horizonte. De um lado, ambientalistas criticaram o corte de inúmeros galhos verdes e cobraram uma política de proteção das árvores. Já a prefeitura de BH explicou que poda as folhas e galhos, ressacados pela ação da mosca-branca-do-fícus, para evitar acidentes. Enquanto aguarda análises da Fiocruz, a PBH estuda a substituição da espécie.
O vereador Pedro Patrus (PT), que solicitou a audiência pública, informou uma ausência de programa de recuperação e proteção dessas árvores, além de podas excessivas e falta de recolocação de espécies. Essas questões foram tematizadas por outros presentes, como os membros do Movimento Fica Fícus e da Promotoria de Justiça. Várias pessoas lembraram que os fícus localizam-se majoritariamente em áreas de diretrizes especiais (ADEs), integram conjuntos urbanos tombados pelo Patrimônio e são de grande importância histórica e paisagística.
A gerente da prefeitura sugeriu a revitalização das áreas onde estão os fícus, com a substituição deles por “vegetação arbórea de grande porte e frondosa”. A representante do Movimento Fica Fícus e professora da UFMG, Myriam Bahia Lopes, criticou a falta de diálogo da prefeitura com o movimento, afirmando que desde a primeira audiência (11/4/2013) realizada sobre o tema, houve um “corte de comunicação”. Ela classificou como “surpresa desagradável” a notícia da proposta de revitalização sem atenção a medidas como adubação e irrigação. Lopes afirmou, ainda, que o movimento tem testemunhado o corte de inúmeros galhos verdes e destruição de espécies. Ela ainda garantiu que há fícus novos e sadios que poderiam permanecer no local.