O Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades do país mostra que Belo Horizonte é a segunda capital com melhor resultado no desafio de prover água e ligação a rede de esgoto em todos os domicílios brasileiros. A desigualdade de avanços nos serviços de saneamento, assim como na redução das perdas de água, revela que a tão sonhada universalização dos serviços ainda vai demorar. Em Minas, há destaques positivos e negativos em relação às políticas públicas de saneamento.
O estudo foi publicado pelo Instituto Trata Brasil com os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2012. Pela primeira vez, o levantamento traz uma projeção da evolução dos indicadores das 20 melhores e 20 piores cidades ao longo do prazo de 20 anos, caso seguissem nos mesmos avanços de 2008 a 2012. O Trata Brasil considerou como universalização o alcance das mesmas metas do Governo Federal (Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB), ou seja, quando os municípios alcançarem 92% de coleta de esgotos e 86% de tratamento.
Para o ranqueamento das cidades, a pesquisa considera os indicadores de atendimento total de água, atendimento total de esgoto, esgoto tratado por água consumida, a razão entre a arrecadação para políticas de saneamento e o investimento destinado, novas ligações água, ligações faltantes para universalização, novas ligações esgoto, perdas de água, tarifa média e perdas na distribuição.
População com água tratada
A média de atendimento da população com água tratada nos 100 maiores municípios foi de 92,2%, portanto, bem superior à média brasileira em 2012, que era 82,70%. Ao todo, 22 municípios já atingiram 100% de atendimento de água, ou seja, já são universalizados neste quesito. Entre eles estão Uberlândia e BH.
Coleta de esgoto por população
A média de população atendida por coleta de esgotos nos 100 maiores municípios, em 2012, foi de 62,46%, à frente da média nacional de 48,29%. Quase 40 cidades possuem mais de 80% da população com coleta, entre elas todas as localidades mineiras pesquisadas (Uberlândia, BH, Uberaba, Montes Claros, Contagem, Betim, Juiz de Fora, Governador Valadares, Ribeirão das Neves).
Tratamento de esgoto
Os 100 municípios tratam um pouco mais de esgotos do que a média do Brasil em 2012 (41,32% contra 38,70%). No critério relação entre esgoto tratado e água consumida, as cidades de Governando Valadares e Ribeirão das Neves aparecem nos últimos lugares. O percentual da cidade do Vale do Rio Doce é de 0% e do município da Grande BH é de 3,58%. Isso quer dizer que as duas cidades, mesmo melhorando o alcance tratamento à população, ainda consomem muita água – até mesmo com desperdício.
Perdas de água (faturamento e distribuição)
A média de perdas de água (faturamento) nas 100 maiores cidades em 2012 foi de 39,43%, ou seja, superior à média brasileira de 36,9%. São resultados de vazamentos, roubos, gatos, falta ou erros de medição e outras irregularidades. Neste quesito, Ribeirão das Neves continua sendo a pior cidade mineira com 48,6% de perda no faturamento e 50% de perda na distribuição.
Investimento/arrecadação
Montes Claros, no Norte de Minas, aparece como uma das piores cidades na destinação de verba para o saneamento, sendo que investiu menos de 2% do que foi arrecadado para as políticas de tratamento de água e esgoto. Entre os 100 municípios analisados, 57 investiram 20% ou menos do que arrecadaram.