O ex-policial Lúcio Lírio Leal, acusado de matar o jornalista investigativo Rodrigo Neto, em Ipatinga, no Vale de Aço, negou durante o julgamento, nesta quinta-feira, a autoria do crime. Além de dizer que não participou do assassinato, o investigador afirma que não saberia identificar Rodrigo se o visse na rua. O júri começou por volta das 9h30, teve depoimentos de testemunhas e do réu. Por volta das 12h40, o juiz Augusto Calaes de Oliveira determinou um intervalo e à tarde haverá a fase de debates entre promotoria e defesa.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Alessandro estava na garupa de uma moto pilotada por uma pessoa não identificada, quando surpreendeu Rodrigo e disparou várias vezes, atingindo-o na cabeça, no tórax e nas costas. O crime foi no dia 8 de março de 2013. Os dois acusados também são apontados como autores do homicídio do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho, de 43, executado no mês seguinte.
Rodrigo Neto mantinha um programa de plantão policial na Rádio Vanguarda e era também repórter do Jornal Vale do Aço. Ele já havia denunciado, na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina de Belo Oriente e o grupo de extermínio "Moto Verde". Rodrigo produziu várias matérias sobre os casos que incriminavam policiais militares da cidade.