Moradores de Teófilo Otoni, na região dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, foram às ruas da cidade na manhã deste sábado para protestar contra a desapropriação do prédio de uma escola da cidade. O edifício em que a Escola Municipal Irmã Maria Amália se encontra pertence à Casa de Santo Antônio, entidade franciscana com sede em Belo Horizonte, e há cerca de dez anos foi desapropriado pelo governo municipal. No entanto, a entidade afirma não ter recebido nenhum pagamento pelo imóvel desde então.
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“No mandato anterior chegamos a receber o aluguel em dia e usávamos o dinheiro para a conservação e melhoria do local. No último ano dele isso parou e no primeiro ano do mandato do novo prefeito também. Demos um ultimato ao governo e não vamos mais assumir uma responsabilidade que não é nossa”, explicou o frei franciscano Fabiano Aguiar, secretário da entidade.
O imóvel foi utilizado até meados da década de 1980 como colégio dos franciscanos da Casa de Santo Antônio e desde então, como escola municipal. “Ela é referência para a comunidade na questão pedagógica e prima pela qualidade do ensino”, afirma o funcionário público federal, Aleandro Lima Camargo, de 35 anos, pai de dois alunos da escola.
“Passei a madrugada esperando para conseguir uma vaga para a minha filha porque a gente acredita que essa escola irá ajudá-la.
Com a desapropriação, os pais foram informados que as turmas serão desmembradas e os alunos relocados para outras escolas da cidade. “Acreditamos que se ela for dividida, vai perder a qualidade e acabar prejudicando os alunos”, ressalta Aleandro.
A prefeitura de Teófilo Otoni foi procurada pela reportagem por telefone, mas não atendeu as ligações.
Fusão
Além dessa, uma outra escola da cidade passa por situação semelhante. Pais e funcionários da Escola Municipal Doralice Arruda, que funciona como Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), foram avisados que o centro de ensino será fundido com um outro colégio para que o terreno seja usado para a construção de uma sede administrativa da cidade. “A escola é referência em educação inclusiva. É totalmente estruturada e bem instalada para educação inclusiva e infantil”, comenta a mãe e educadora da rede estadual Marcela Martins de Matos, de 30 anos. “Nosso questionamento é se teremos a garantia de manutenção da qualidade nesse processo”, pontua..