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Estado de Minas

Grupo que atuava em MG e outros estados é denunciado por tráfico internacional de drogas

Ao todo, 22 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Além do grupo, um juiz de Juiz de Fora é investigado por participação na quadrilha


postado em 02/09/2014 14:59 / atualizado em 02/09/2014 16:15

Integrantes de uma quadrilha que atuava na venda de entorpecentes em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, e em outros estados brasileiros, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF). O grupo, de 22 pessoas, vai responder por associação e tráfico internacional. O juiz afastado da Vara de Execuções Criminais da cidade, Amaury de Lima e Souza, ainda é investigado por participação com a organização criminosa. Conforme a MPF, o órgão não tem competência para denunciá-lo.

A quadrilha foi desmantelada durante uma operação da Polícia Federal (PF) em junho deste ano. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 38 de busca e apreensão, e nove conduções coercitivas. Ao todo, conforme o MPF, 18 pessoas seguem presas.

As investigações se transformaram em um inquérito de 389 páginas. Nos documentos consta que o grupo era formado por núcleos que giravam em torno de Juiz de Fora, onde foi instalada a base da organização. O chefe da quadrilha era Peterson Pereira Monteiro, vulgo Zói, que fornecia a droga para a região e favelas do Rio de Janeiro.

A quadrilha adquiria as drogas, cocaína e maconha, do Paraguai, Bolívia e Peru. Conforme as investigações, o grupo faturava cerca de R$ 20 milhões por mês. O esquema distribuía duas toneladas de cocaína a R$ 10 mil cada quilo a cada 30 dias.

Os criminosos também usavam empresas para comprar imóveis e outros bens. O poder econômico do bando pode ser ilustrado com as apreensões feitas pela PF durante a operação. Foram encontrados cinco aeronaves, um jet-ski, quatro lanchas, 11 imóveis e 14 veículos, vários deles de luxo. Todos os bens, segundo as investigações, valiam aproximadamente R$ 70 milhões.

Entre os denunciados estão, além de Peterson, Seluniel Anselmo Farias, Pedro Henrique Silva Gomes (Pepê), Lívia Maria Bergamini, Rafael Gustavo Ribeiro, Claudiomar Ferreira, Bruno Silva dos Santos, William Silas Leite, Luiz Fernando da Rocha Silva, José Severino da Silva, Álvaro Daniel Roberto, Wilson Souza da Silva, Vítor Mendes Moreschi, Fábio Vicente Carvalho, Ivan Aparecido Martins, Carlos Sandro Simen Poeis, Sávio Silva Simen, Aurélio David Salgado, Saulo Marion Silva Gomes, Jean Jacques da Rocha Moreira.

O MPF pediu que as prisões preventivas dos acusados sejam mantidas, para “evitar não apenas a fuga dos denunciados, mas também a destruição de provas e coação de testemunhas”. Também a manutenção do bloqueio de bens dos acusados.

Juiz preso

O juiz afastado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, Amaury de Lima e Souza, ainda é investigado suspeito de fazer parte da quadrilha. Durante as investigações da PF, foram encontradas várias sentenças assinadas pelo magistrado em favor de traficantes. A decisão que mais chamou a atenção foi um alvará de prisão domiciliar concedido para Álvaro Daniel, um dos acusados pelo MPF.

Souza foi preso em 12 de junho por porte ilegal de arma e munição de uso restrito. O MPF informou que não tem competência para denunciar o juiz. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) o processo que julga o magistrado segue nas mãos da magistrada responsável pelo caso sem nenhuma novidade depois da prisão. Ainda conforme o TJMG, ele segue detido em um quartel da Polícia Militar em Contagem.


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