Jornal Estado de Minas

Investigação sobre incêndio que destruiu ônibus articulado do BRT é inconclusiva

Veículo pegou fogo no fim de junho na Avenida Pedro I. Testemunhas disseram que as chamas começaram na articulação do coletivo

Bruno Freitas

Coletivo Viale da linha 61 ficou destruído por fogo iniciado na sanfona que une as duas partes da carroceria - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press 30/6/14


Fabricante do ônibus articulado Viale BRT do Move da linha 61 (Venda Nova/Centro) que pegou fogo na noite de 30 de junho na Avenida Pedro I, a encarroçadora gaúcha Marcopolo declarou nessa quarta-feira que a perícia contratada para investigar a causa do incêndio foi inconclusiva. A empresa alegou que a destruição do ônibus, que teve perda total, tornou impossível identificar o que provocou o incêndio.

Caso fosse constatado problema de fabricação, a BHTrans e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) haviam cogitado exigir um recall. “Foi encontrado diesel na sanfona (que é feita de material inflamável), o que acabou colaborando para a rápida propagação do fogo”, acrescentou a Marcopolo, empresa com sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em nota.

Na ocasião do incêndio, testemunhas afirmaram que o fogo começou na articulação do coletivo – onde há uma rótula e fiação elétrica sob a sanfona que une as duas partes da carroceria. O motorista Maurício Ferreira de Lima contou que percebeu uma fumaça estranha e parou o coletivo na pista exclusiva do Move. Ao ir verificar a articulação, observou que havia chamas na parte de baixo. Funcionários de um posto de gasolina ficaram assustados com o fogo. Os passageiros saíram ilesos.

O chassi do ônibus incendiado, de prefixo 10701, que pertencia à Viação Jardins (empresa do grupo Saritur) era o Mercedes-Benz O-500 MA, modelo predominante entre os 192 ônibus articulados do Move.
O coletivo estava nas ruas desde o primeiro dia de operação do BRT, em 8 de março. Antes de pegar fogo na linha 61, chegou a rodar em outras linhas, como a 82 (Estação São Gabriel/Savassi via Hospitais), 83D (São Gabriel/Centro – direta) e 83P (São Gabriel/Centro – paradora), sendo usado ainda, depois da inauguração das estações Pampulha e Vilarinho, na linha 51 (Estação Pampulha/Centro/hospitais).

Procuradas pela reportagem, Mercedes-Benz e Saritur disseram ainda não ter recebido o laudo a respeito do incêndio.

Histórico

Em 7 de março – um dia antes do início da operação do BRT da capital –, o Estado de Minas registrou a realização de testes de refrigeração em um ônibus articulado Mercedes-Benz O-500 MA do Move, ainda na fábrica da Marcopolo, para evitar casos de superaquecimento. A avaliação ocorreu depois de falha que paralisou parte da frota do Transoeste, primeiro corredor do transporte rápido por ônibus do Rio de Janeiro. Na época, a explicação dada pelo fabricante de chassi foi de que o corte da grama ao longo da margem das pistas percorridas por veículos do BRT e o compressor do ar-condicionado levavam ao aquecimento do radiador e do compartimento do motor, respectivamente.

 

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