Com os ônibus padrons e articulados gastando mais tempo de viagem do que o planejado e tendo de disputar espaço com carros e motos em trechos como o Viaduto Leste, no Hipercentro, e a Região Hospitalar, a frota inicial de 450 coletivos se mostrou insuficiente para toda a rede.
O plano inicial da BHTrans previa velocidade média de 44 km/h e 30 km/h para as linhas diretas e paradoras do Move, respectivamente. Atualmente as viagens não passam de 37 km/h e 29 km/h no corredor Cristiano Machado; e 43 km/h e 30 km/h na Antônio Carlos. A empresa que gerencia o transporte na capital, entretanto, não soube informar a média de velocidade dos coletivos de embarque em nível e ar-condicionado nas pistas de tráfego misto, consideradas os pontos de maior gargalo e, consequentemente, entrave para o Move avançar em agilidade. Entre os itinerários apontados pela BHTrans com maior índice de lentidão estão as linhas 51, 82 e 85, que atendem a Floresta e a Região Hospitalar.
Contando com duas licitações de radares de invasão de faixa exclusiva para ônibus em andamento como medida para diminuir a lentidão do Move o presidente da BHTrans Ramon Victor Cesar espera que com os novos equipamentos seja possível alcançar a agilidade obtida na Avenida Nossa Senhora do Carmo – primeira via de BH a contar com esse tipo de fiscalização eletrônica. Ao todo, serão adquiridos 134 dispositivos para invasão de faixa e controle de velocidade, dos quais 50 para as pistas de tráfego misto do trajeto do Move no Hipercentro. “Espero não virar o ano sem ter esse contrato concluído, mas dependo do fim da licitação.
Na avaliação do presidente da BHTrans, o transporte rápido por ônibus ainda está na fase de ajustes e melhorias na agilidade já foram obtidas com intervenções no tráfego. “No Centro, já fizemos ajustes como a saída para a Antônio Carlos, que estava toda concentrada na Rua Saturnino de Brito. Também foi criada uma alternativa na Curitiba com viaduto exclusivo direto”. Cesar, por outro lado, evita falar em prazos para a operação dos itinerários pendentes. “Não tem previsão. São poucas linhas. Precisamos fazer os ajustes, resolver o problema da Pedro I, o que está impactando muito no tempo de viagem, para ver o que vai sobrar em termos de frota para poder avançar”, diz, reconhecendo a limitação. (B.F).