Jornal Estado de Minas

Empresas vão assumir manutenção das estações do BRT/Move

PBH vai transferir para concessionárias a manutenção dos terminais do Move. BHTrans criará gerência de acompanhamento da operação

Bruno Freitas

- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PressA BHTrans irá criar uma gerência operacional específica para acompanhar a manutenção das estações de transferência (ETs) do Move.

O projeto, em fase de elaboração, irá transferir a operação das estruturas, ainda em fase de garantia de obra – e, por isso, de responsabilidade do órgão gestor – ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). “Estamos estruturando uma gerência da BHTrans para ser responsável pelo cuidado com as estações. Vamos fazer isso com contratos, contratando pessoal de limpeza e manutenção, etc.”, adiantou o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, no seminário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que reúne entidades do setor, no fim de agosto, em Brasília.

Ao apresentar o projeto do Move no seminário, Cesar disse que há uma preocupação da administração municipal com a qualidade operacional das estações de transferência do Move. A inspiração para o modelo de gestão poderá vir do Rio de Janeiro, que acaba de inaugurar o segundo de quatro corredores previstos para o transporte rápido por ônibus (BRT) da cidade: o Transcarioca. “Queremos um intercâmbio e ver como é feito no Rio. Queremos as ETs com alto nível de qualidade de operação”, disse Cesar.

De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte, os quatro consórcios que exploram o transporte coletivo da capital já assumiram a responsabilidade pela operação das bilheterias e das linhas de controle de acesso às estações. Com a nova gerência, o Setra-BH ficará inteiramente responsável pela manutenção das estações.
“O sistema BRT/Move ainda está em fase de implantação e, durante esse período, a prefeitura está assumindo a manutenção das estações, bem como a conservação e limpeza, até que toda a implantação do Move esteja concluída para a entrega definitiva da responsabilidade da manutenção das estações para as empresas concessionárias”, completou a BHTrans, em nota.

Três perguntas para Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans

1 Desde março foram registrados três casos de morte envolvendo o Move, um deles por atropelamento. O balanço de segurança é satisfatório?
“Acho que sim. E para isso, nos primeiros dias, quando tudo era novidade, colocamos uma equipe de monitores alertando as pessoas para aspectos de segurança. Essa turma já foi desmobilizada. Mas ainda há uma equipe de Posso Ajudar que acabou incorporando também a obrigação de dar dicas às pessoas sobre segurança. Passou a fazer parte das atribuições. A cidade e as pessoas tiveram uma convivência muito amigável com o Move.”

2 A liberação dos táxis na Antônio Carlos, prometida para o fim do ano, não vai contra a lógica de agilidade do Move?
“Temos o compromisso de estudar com os taxistas, a partir de uma tecnologia de controle, a circulação de táxis desde que seja um esquema ponto a ponto. Ou seja, o táxi teria, obrigatoriamente, de entrar no início da faixa exclusiva e só sair no final, na altura da Avenida Vilarinho. Significa dizer que o destino final será o Aeroporto de Confins ou a Cidade Administrativa. Essa é a premissa do nosso entendimento com os taxistas, mas também depende, e eles sabem disso, da conclusão da licitação de radares. A BHTrans precisa ter um controle de entrada e saída.”

3 Todos os ônibus do Move têm espaço para duas bicicletas. O que é preciso para que haja integração entre os dois meios de transporte?
“Vamos esperar amadurecer mais. Vamos experimentar mais, para dar um passo com segurança.
Hoje, temos horários restritos para bicicletas, mas queremos avançar.”

 

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