A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG) embargou a implosão da alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes, que caiu sobre a Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, matando duas pessoas. Segundo o órgão, o motivo do embargo é o risco grave e iminente de acidente de trabalho. A construtora deverá apresentar um novo projeto de engenharia.
A implosão da alça do viaduto estava prevista para acontecer na manhã do próximo domingo, dia 14 de setembro. A Defesa Civil da capital já havia encaminhado orientações aos moradores da região sobre os procedimentos que deveriam ser adotados durante os trabalhos. Toda a área ficaria isolada e teria que ser desocupada horas antes.
O pedido de demolição, protocolado pela Construtora Cowan, foi analisado na SRTE, que decidiu, no dia 5 de setembro, pelo embargo das obras até que a empreiteira apresente um projeto de engenharia que garanta a segurança dos trabalhadores.
Conforme a Superintendência, no dia 14 de agosto, a construtora foi notificada a apresentar informações sobre os procedimentos de operação e segurança ocupacional até o dia 28 de agosto. Na última quinta-feira, a Cowan entregou um documento com o plano de trabalho prevendo a demolição do viaduto em 11 etapas.
Na análise da Seção de Segurança do Trabalhador da SRTE, as informações prestadas pela empresa foram consideradas “insatisfatórias” e “sem indicação de sequência temporal para execução e sem previsão de datas”. Segundo a Superintendência, consta no relatório que a construtora “deixa de esclarecer em que consistem os procedimentos envolvidos nas obras de demolição, em especial de informar o que pretende fazer e em que se constitui a ‘adequação de cimbramento’ ou a ‘retirada de torres’.”
O parecer ainda aponta para o risco iminente de ruína da alça norte do viaduto caso as escoras sejam removidas sem a substituição por outros aparelhos de apoio. “Tudo indica que o carregamento de explosivos será efetuado sem que o tabuleiro do viaduto esteja apoiado pelas peças de reescoramento. São reais os riscos de colapso do bloco de fundação sob o Pilar P5 da alça norte, seguido do desabamento do tabuleiro sobrejacente”, finaliza.
A Cowan informou que mantém reuniões constantes com o fiscal da Superintendência sobre a demolição do Viaduto Guararapes. Também afirmou que vai detalhar ainda mais o plano para atender às exigências do Ministério do Trabalho. .