Três homens acusados de matarem uma pessoa e deixar outras duas feridas em um atropelamento serão submetidos a júri popular. O crime aconteceu em agosto de 2012, na saída de uma boate em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o Ministério Público, os réus usaram o carro como arma letal e com vontade deliberada de matar alguém. Eles respondem em liberdade por homicídio qualificado, já que não possibilitaram defesa às vítimas.
O fato aconteceu próximo ao Hard Rock Café, no Bairro Vila da Serra. Após brigar dentro da casa de shows, Hudson Eduardo Silva, de 18 anos e dois amigos, Lucas Marsal Silva Duarte, de 23 anos, e Yago Bruno Portilho Siman, de 20, foram retirados do local por seguranças. Segundo consta a denúncia, os jovens entraram em um Fiat Uno e desceram a via em alta velocidade e de forma perigosa com o intuito de atingir pessoas que estavam nos arredores do estabelecimento comercial.
A versão dos rapazes é de que eles estavam sendo perseguidos por um grupo que tentava agredi-los. Assustado, Hudson, que estava ao volante, atropelou as pessoas. O motorista de van Wellington Ribeiro de Faria, de 60 anos, morreu ao tentar socorrer uma outra vítima. O autor do crime assumiu ter bebido vodca antes do acidente e foi autuado em flagrante por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
A primeira pessoa atropelada pelo carro, Nuno Ferrey Leal de Araújo, de 18 anos, contou que ele e um amigo foram até um carrinho de cachorro-quente no alto da ladeira para lanchar, mas o vendedor já estava fechando. Nesse momento, ele foi atingido pelo veículo. O jovem sofreu escoriações nos joelhos e uma fratura nasal. O auxiliar administrativo Daniel Henrique Brandão, de 25 anos, também foi atropelado, mas não há informações sobre o estado de saúde dele.
De acordo com a Polícia Civil, o autor do crime é inabilitado, estava embriagado e não possuía o documento do carro que dirigia, com placa de São Paulo. Ele alegou ser o dono do veículo, que não possui registro de furto ou roubo. Ainda não há data para a realização do julgamento. Como os réus permaneceram soltos durante a maior parte do processo, o juiz Juarez Morais de Azevedo não considerou necessária a prisão dos jovens neste momento. Dessa forma, eles poderão recorrer da decisão em liberdade.