A empresária Elisa Botelho conta que a onça está circulando na região do Bairro Marimbá, perto de Vianópolis. Ela mora na Fazenda do Sino e cria cavalos para o haras da família. O primeiro ataque aconteceu na madrugada do dia 29 de agosto e o segundo, na última sexta-feira.
Segundo a empresária, vizinhos relataram o ataque da suposta onça a galinhas. A empresária teme não só pela segurança de moradores de fazendas e condomínios residenciais da região, mas também pela vida do animal silvestre que está rondado a área.
Ibama
O analista ambiental do Núcleo de Fauna Silvestre do Ibama, Junio Augusto Silva, afirma que o órgão já está ciente do caso em Betim. Além dessa ocorrência, estão acompanhando denúncias em Honório Bicalho e Confins. O Ibama está agendando uma visita ao trecho de Vianópolis para instalar câmeras que vão monitorar a fazenda à noite, com intenção de registrar movimentação da onça. Conforme o técnico, pelo relatos de moradores, tudo indica que seja uma onça parda.
Por enquanto, o que o Ibama faz é sugerir aos proprietários de animais que mantenham os bichos presos durante a noite em áreas fechadas. “Geralmente os felinos agem em período noturno. Não fazem a busca de alimento em período diurno. Após 18h, os donos devem proceder com o recolhimento de animais”, avisa.
Conforme o analista, a aparição de onças é muito comum em áreas urbanas e rurais cercadas por vegetação de cerrado na Grande BH. “A presença desses animais é uma tendência em regiões limítrofes com centros urbanos em que haja remanescente de mata nativa.
A suspeita de que a onça de Betim seja parda é por causa das evidências enviadas pelos moradores ao Ibama. São fotos dos ferimentos causados nas éguas e pegadas no terreno. Segundo o analista, uma onça de médio a grande porte pode chegar a 40 quilos. Ela estabelece como território de uso uma área de 100 a 150 quilômetros quadrados, onde há disponibilidade de alimento. Talvez o bicho que ronda fazendas em Betim tenha encontrado mais facilidade em atacar as potras e galinhas das fazendas do que em caçar na mata. Conforme Junio Augusto, o felino é um predador de pacas, tatus e cotias, mas pode mudar de hábitos por uma questão de oportunismo. .