Jornal Estado de Minas

Alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes será implodida em três segundos

A empresa responsável pela detonação detalhou como será feito o serviço. O elevado vai receber proteção especial para evitar a projeção de materiais. A Avenida Pedro I deve ser liberada uma semana depois da implosão

João Henrique do Vale
Moradores que moram próximo ao viaduto serão retirados de casa no sábado e levados para hotel - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press

A alça norte do Viaduto Batalha dos Guararapes que está sobre a Avenida Pedro I, na Região de Venda Nova, será colocada abaixo em três segundos no próximo domingo. Essa é a previsão da empresa responsável pela demolição da estrutura. O plano para executar o serviço foi divulgado nesta quinta-feira. Um total de 125 quilos de explosivos será distribuído entre três pilares. O elevado vai receber proteção especial para evitar a projeção de materiais. Também será feita a colocação de areia nos locais onde possa ter tubulação de água ou gás. A previsão da Cowan, empresa responsável pela retirada dos escombros, é de que a via, fechada desde 3 de julho depois da tragédia que matou duas pessoas, seja liberada em até uma semana após a detonação.

A empresa que vai fazer a implosão, a Fábio Bruno Construções, é a mesma que pôs abaixo o Elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro, e o estádio Castelão, em Fortaleza. Em Belo Horizonte, pelo menos 150 pessoas estarão envolvidas na operação.
Uma área de 200 metros será isolada. Conforme a empresa, a vibração será quase zero para os moradores que estiverem a uma distância de 50 metros do Viaduto Batalha dos Guararapes.

A detonação está marcada para as 9h de domingo. Os 125 quilos de explosivos distribuídos nos três pilares da alça, que estarão interligados e serão implodidos em um tempo de 300 milisegundos de um para o outro. Conforme a empresa, a diferença causa um impacto menor no entorno. Seis sismógrafos serão instalados para monitorar os efeitos nas edificações. Ao todo, cerca de 1,3 mil metros cúbicos de concreto serão implodidos.

Os pilares da alça ganharão proteção para evitar o lançamento de concreto na área ao redor da estrutura. Serão usadas telas metálicas, uma manta que se expande e consegue conter os escombros, além de quatro camadas de tela Fachadeira, muito utilizada em obras em fachadas de prédios. Funcionários da empresa já começaram a instalar as telas nesta quinta-feira.

Outra preocupação é com as tubulações de água ou gás que ficam próximas ao local da implosão. A empresa informou que os sistemas vão ser desligados anteriormente para colocação de forros de areia sobre as áreas onde elas estão instaladas. O objetivo é evitar que os canos sejam atingidos ou danificados.


Nessa quarta-feira, a Defesa Civil divulgou um plano para a retirada dos 296 moradores dos edifícios Antares e Savana, vizinhos do elevado. As pessoas serão levadas para hotéis em Belo Horizonte e o transporte será pago pela Cowan, responsável pela obra do viaduto. As famílias deixarão os apartamentos no sábado de manhã.

Técnicos da empresa responsável pela obra começaram a retirar as escoras do viaduto - Foto: Sidney Lopes/EM/D.A.Press

Mais tempo de investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais terá mais 90 dias para concluir o inquérito que apura a queda do da alça sul do viaduto. O novo prazo, concedido pela Justiça, passou a valer na quarta-feira, quando o documento da investigação retornou ao delegado Hugo e Silva, responsável pelas investigações.

O prazo para conclusão do inquérito era de 30 dias. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, Silva encaminhou o documento à Justiça já com o pedido de dilação, que é a solicitação para que o prazo seja ampliado. Enquanto aguardava o retorno do inquérito, o delegado analisava o laudo pericial, que foi entregue no dia 3 de setembro.

Veja a projeção de como será a implosão do viaduto


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