Foram sepultados nessa quinta-feira os corpos das duas vítimas do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Herculano, em Itabirito.
Nos dois velórios, muitos parentes e amigos incrédulos. No de Reinaldo, a família não permitiu a presença da imprensa. Pessoas próximas, que pediram para não ser identificadas, comentaram o drama da família. “Todos querem entender o que ocorreu. Precisamos de uma explicação para darmos conta do luto”, disse um deles.
Choro e dor também no enterro de Cristiano, que mobilizou a cidade de Moeda. Chocados com a tragédia, moradores do município não falam em outro assunto. A comerciante Maria das Graças Moreira, de 58, patroa da namorada do motorista, relatou o clima pesado no velório. “Não tinha homem nem mulher que não chorasse. O Cristiano era muito novo e querido por todos. No enterro, vimos quanta amizade ele tinha”, disse.
Motorista do ônibus que leva trabalhadores de Moeda à mineradora, contam os colegas que ele estava substituindo, no dia do acidente, o condutor do caminhão que circula pela mina.
O sobrevivente
Ainda se recuperando do susto, o operador de escavadeira Geraldo Matozinhos Moreira, de 42 anos, ontem foi ao velório e enterro do amigo Cristiano Fernandes da Silva. “Era uma amizade de mais de 15 anos. Ele dirigia o ônibus da empresa que leva os funcionários e trabalhava também com o caminhão. Já o Reinaldo e o Adilson eu conhecia havia dois anos, desde que comecei a trabalhar na Herculano.”
Geraldo explicou que operava uma escavadeira acima do colega Adilson. “No local em que eu trabalhava, os rejeitos estão bem mais secos. Mas não sei dizer se onde o Adilson estava havia infiltrações.” A princípio havia suspeita de que o operário tivesse sofrido fratura da perna direita, mas foi diagnosticada uma forte torção e ele recebeu alta horas depois de atendido.