Os esforços para encontrar o operador de máquinas desaparecido desde o deslizamento de uma das barragens da mineradora Herculano, em Itabirito, Região Central de Minas, continuam nesta sexta-feira ainda com o risco de outro reservatório de rejeitos de minério ceder. A empresa já iniciou desde quinta-feira os trabalhos para tentar conter o dique. Em quatro dias, a mineradora terá que apresentar um plano emergencial ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) definindo os procedimentos que serão realizados na Barragem B3 e indicando o que será feito em caso de um novo acidente.
Os trabalhos para conter a Barragem B3, que fica ao lado do dique que deslizou, já começaram há 24 horas. Funcionários estão colocando pedras para tentar segurar a terra e os rejeitos de minério. As medidas emergênciais foram autorizadas e determinadas pelo DNPM. O órgão já havia feito um auto de interdição que paralisou as operações nas minas e unidades de tratamento de minérios da Herculano. A suspensão é por tempo indeterminado. A empresa terá que cumprir a legislação ambiental, mineral e segurança do trabalhador antes de voltar os serviços.
Técnicos do DNPM voltaram à empresa nesta sexta-feira para avaliar, junto com profissionais da mineradora, as condições geográficas da área para a depois apresentarem propostas e alternativas técnicas que podem diminuir o impacto ambiental causado pelo acidente. Um relatório técnico da auditoria feita pela órgão, que vai determinar as causas do deslizamento, ficará pronto em 90 dias.
Antes disso, a empresa terá que cumprir algumas determinações feitas pelo Departamento. Além do plano emergencial, a Herculano terá que apresentar as medidas que serão tomadas em relação ao dique que deslizou em um prazo de 15 dias. Em 90 dias, deverá fazer um plano de ações para todas as outras quatro barragens. Veja as imagens capturadas pelo repórter Mateus Parreiras que mostram os trabalhos:
Trabalho dos bombeiros
Nesta sexta-feira, continuam as buscas pelo operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista, de 44 anos, desaparecido desde quarta-feira, quando ocorreu o rompimento da barragem. A procura pela vítima recomeçou às 6h com 20 bombeiros, helicóptero e cães farejadores. Duas retroescavadeiras são usadas para ajudar na retirada de lama, bem perto da máquina onde estava o funcionário da empresa no momento do acidente. Militares também estão vasculhando onde acredita que possa estar Adilson.
Tremor
O rompimento da barragem da Mineradora Herculano gerou vibrações que foram detectadas pela Rede Sismográfica do Brasil. As ondas de superfícies foram registradas até em estações no estado do Amazonas, no Norte do país. A informação é do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), que mantém a rede, juntamente com a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Observatório Nacional (ON).