A expectativa para encontrar o corpo do operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista, de 44 anos, desaparecido após o rompimento da barragem da mineradora Herculano, em Itabirito, Região Central de Minas, aumentou neste quarto dia de buscas. Cães farejadores trasportados de Uberaba, no Triângulo Mineiro, especialmente para auxiliar os trabalhos, indicaram um ponto onde possivelmente o trabalhador está. O Corpo de Bombeiros concentram as buscas neste sábado na área apontadas pelos cachorros.
Os trabalhos voltaram por volta das 6h deste sábado. Ao todo, 17 militares trabalham na mineradora com a ajuda de máquinas. “Estamos procurando exatamente no perímetro definido pelo cão. O maquinário faz a retirada do material e nós avançamos a pé”, explica o tenente Júlio César Teixeira.
O ponto das buscas foi indicado pelos cães farejadores na noite de sexta-feira.
Investigação
Resultados iniciais de perícia encomendada pelo Ministério Público de Minas Gerais mostram que a barragem B1 da Herculano Mineração se rompeu por causa da instabilidade do talude localizado imediatamente abaixo de plataformas (baias) de secagem de rejeitos. O acidente, na quarta-feira, matou duas pessoas e deixou uma desaparecida. Depois das constatações do laudo técnico preliminar, os promotores apertaram o cerco contra a empresa. Nessa sexta-feira, a Coordenadoria Geral das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente por Bacias Hidrográficas a responsabilizou pelos projetos e execução de medidas emergenciais na barragem e definiu em ofício uma série de recomendações. Caso qualquer uma delas não seja cumprida, o MP entrará com ação judicial contra o dono e a diretoria da Herculano.
A delegada Mellina Isabel Silva Clemente, responsável pela apuração do rompimento da barragem começou a ouvir testemunhas. Nessa sexta-feira, parentes das vítimas e funcionários prestaram depoimento. Na segunda-feira, ex-funcionários, uma engenheira da empresa e dois sobreviventes da tragédia, que deixou dois mortos e um desaparecido, devem ser ouvidos.
Tremor
O rompimento da barragem da Mineradora Herculano gerou vibrações que foram detectadas pela Rede Sismográfica do Brasil. As ondas de superfícies foram registradas até em estações no estado do Amazonas, no Norte do país. A informação é do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), que mantém a rede, juntamente com a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Observatório Nacional (ON).