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Estado de Minas

Moradores de prédios vizinhos ao viaduto da Pedro I deixam imóveis e vão para hotel

As famílias começaram a deixar os seus imóveis por volta das 8h30 em um ônibus fornecido pela empresa Cowan, responsável pelo elevado


postado em 13/09/2014 09:50 / atualizado em 13/09/2014 10:36

Pilares do viaduto começaram a receber proteção que impede o lançamento de destroços(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Pilares do viaduto começaram a receber proteção que impede o lançamento de destroços (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)

A remoção de moradores dos residenciais Antares e Savana, vizinhos ao Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, em Venda Nova, teve início na manhã deste sábado. As famílias começaram a deixar os seus imóveis por volta das 8h30 em um ônibus fornecido pela empresa Cowan, responsável pelo elevado, e encaminhadas para um hotel no Bairro São Cristóvão, Região Noroeste de Belo Horizonte. Muitos moradores preferiram deixar os imóveis em veículos particulares. Enquanto isso, são feitos os últimos preparativos para a implosão da alça norte da estrutura, que será colocada abaixo na manhã de domingo.

O primeiro ônibus com os moradores e seus pertences saiu da frente dos edifícios por volta das 8h30. O veículo não estava cheio, pois muitas pessoas preferiram usar carros particulares para seguir até o hotel. Foi o caso da supervisora de vendas Andrea Santos da Silva, de 46 anos, que saiu com os dois filhos e levando roupas, material de higiene pessoal e pequenos pertences. Segundo a mulher, a casa dela está com rachaduras e por isso vai ficar a semana toda fora do imóvel por medo.

A saída dos moradores é acompanhada de perto pela sdvogada dos moradores do Condomínio Antares, Ana Cristina Drumond, que dá apoio. Segundo ela, a maioria das famílias está triste e preocupada. “Todos estão chorando. Estão todos no limite”, comentou a defensora.

Alguns moradores ainda se mostram desinformados. O eletricista Geraldo Ribeiro está inconformado por ter que deixar uma pessoa em casa neste domingo, quando vai haver uma vistoria da Defesa Civil. “Tenho que fazer um serviço na Serra do Cipó e não sabia da vistoria. Os técnicos só vieram aqui em casa tiraram fotografias e saíram sem dizer nada”, disse.

De acordo com o cronograma da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), 32 famílias do edifício Savana e 85 do Antares seguirão em dois ônibus para o hotel, em quatro viagens entre às 8h30 e 16h. Os dois residenciais estão no perímetro de 50 metros da estrutura que será implodida e sujeitos a vibrações. Também há risco de que estilhaços de concreto e aço atinjam os imóveis. Outras 16 famílias do Savana e 32 do Antares dispensaram a hospedagem. Vinte e quatro animais dos dois prédios, entre cães, gatos e pássaros, serão acomodados em um pet shop.

O drama dos vizinhos do viaduto teve início em 3 de julho. Uma falha estrutural, de acordo com levantamentos da Polícia Civil, provocou a queda da alça sul do elevado, em construção, matando duas pessoas e deixando 23 feridas. A estrutura de concreto esmagou um carro, dois caminhões e atingiu um micro-ônibus. Ontem, alguns moradores espalharam faixas de protestos nas janelas de seus apartamentos contra a construção de um novo viaduto no local.

Implosão

Marcada para as 9h de amanhã, a implosão dos pilares da alça norte deve durar três segundos. Uma grande operação foi montada pela Comdec para isolamento da área e retirada de moradores vizinhos, não apenas dos edifícios Antares e Savana, mas num raio de 200 metros da área de implosão. Assim que a estrutura estiver no chão, a Cowan, construtora responsável pela obra, inicia a remoção do concreto e também a limpeza da via. A expectativa é de que o trânsito na Avenida Pedro I seja normalizado em uma semana.

Sirenes vão tocar em alerta antes da implosão neste domingo. Às 8h, o primeiro sinal para evacuação da área. Quinze minutos depois começa o bloqueio de vias no entorno. Às 8h50, ocorre inspeção final do espaço isolado. Faltando um minuto para 9h, começa a contagem regressiva para a implosão. A previsão é de que a área esteja liberada em 30 minutos. Técnicos da Defesa Civil e assistentes sociais vão orientar os moradores e vistoriar os imóveis vizinhos. A BHTrans vai montar desvios do trânsito e pontos de ônibus específicos durante a operação.

Cerca de 150 pessoas estarão envolvidas no procedimento. Serão usados 125 quilos de explosivos, distribuídos nos pilares (veja arte). Além de telas de proteção, uma vala com cerca de um metro e meio em torno dos pontos de implosão deve minimizar os impactos.


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