Um encontro entre adolescentes marcado pelas redes sociais terminou em confusão no início da noite deste domingo, na Praça do Papa, Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 10 mil jovens estavam no local quando começou um arrastão, por volta das 18h. Houve correria e várias viaturas da PM foram para a praça, sendo preciso o uso de armas não letais e de bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Não houve registro de feridos.
A adolescente J.M., de 16, conta que chegava ao local com duas amigas e foi surpreendida por várias pessoas correndo para todos os lados. “A gente correu também. Roubaram o celular de muitas amigas minha. Depois, a PM chegou soltando bombas”, disse a menor.
O estudante Denilson Ribeiro, de 18, conta que vítimas do arrastão foram deixadas apenas de cueca. “Eu vi um cara roubando o boné de um rapaz. Depois, chegou um ônibus da PM e várias viaturas. Foi sinistro”, disse o estudante. Ele disse ter ido à praça para participar de um evento que acontece no local todos os domingos, o Rapa da Praça. Segundo a PM, o encontro não tinha autorização dos órgãos competentes, mas mesmo antes da confusão militares já haviam sido mandados para a região, para garantir a ordem.
A adolescente M.A., de 15 anos, estava com as amigas na praça quando viu o corre-corre. Ela procurou um lugar para se esconder, mas, pouco depois, uma bomba explodiu bem perto de onde a garota estava. Ela relata que viu muitos jovens com pedaços de pau, assaltando participantes do evento e atacando carros estacionados nas proximidades da Praça do Papa. “Roubaram a blusa de frio de uma amiga minha”, contou. Ao chegar, segundo a adolescente, a PM teve que conter a confusão com tiros de borracha e bombas de efeitos moral.
Segundo a Polícia Militar, o encontro marcado pela internet era o “Of colors neon”, que começou por volta das 15h com cerca de 4 mil pessoas, mas o público dobrou em poucas horas. Na página dos organizados da festa na internet, várias pessoas reclamavam de furtos. A PM ainda não registrou boletins de ocorrência que dão conta do número de vítimas. Também não há informação de suspeitos presos.