Jornal Estado de Minas

Idoso cai em golpe de falsos agentes de saúde e perde quase R$ 10 mil

Homens pediram dados pessoais da vítima para que ele recebesse um acréscimo em sua renda. Para tentar despistar os moradores, eles ainda realizaram um suposto teste de glicemia em duas pessoas

Cristiane Silva
A Polícia Civil investiga o caso de um homem de 73 anos vítima de um golpe em Correia de Almeida, distrito de Barbacena, na Região Central de Minas Gerais.
O idoso foi abordado dentro de casa por dois homens que se passaram por agentes de saúde e trocaram cartões bancários dos moradores, realizando saques e um empréstimo.

O caso aconteceu na tarde do dia 12. Segundo o delegado Fabrício Chartone, responsável pela área onde o crime ocorreu, o idoso procurou a polícia dizendo que recebeu em casa dois homens que se apresentaram como agentes de saúde. A dupla disse que precisava de seus dados pessoais para que ele recebesse um acréscimo de R$ 150 em sua renda. “Ele pegou os cartões bancários dele e do filho e entregou para essas duas pessoas. Estava também no local uma senhora, e ele falou que os dois agentes ainda realizaram um teste de glicemia nos dois. Furaram os dedos deles na seringa”, explica o delegado.


Depois que os homens foram embora, o idoso verificou os cartões magnéticos e desconfiou que eles haviam sido trocados. Assustado, ele procurou as agências bancárias e descobriu que havia sido vítima de um golpe. Em um dos bancos, os suspeitos fizeram quatro saques, totalizando R$ 6,5 mil. Na outra agência, eles fizeram um empréstimo de R$ 2 mil.

Chartone afirma que vai intimar a vítima a prestar depoimento na delegacia, levando os extratos bancários, e também vai solicitar as imagens das câmeras de segurança das agências na tentativa de identificar os criminosos. O caso está sendo investigado como estelionato. O delegado informou também que o idoso e a mulher que estava na casa dele também foram orientados a procurar um hospital e realizar exames para saber se houve contaminação no suposto teste de glicemia.

ALERTA O delegado também faz um alerta à população para evitar esse tipo de golpe, não entregando dados pessoais para quem quer que seja. “Eles têm sempre que desconfiar, pedir identificação, crachá, documento da prefeitura. Se é agente de saúde, não tem nada de função financeira”, explica Fabrício Chartone. Ainda segundo ele, a pessoa que desconfiar que está sendo vítima deste tipo de golpe deve acionar a polícia.

Na edição desta terça-feira, o caderno de Economia do Estado de Minas traz uma matéria sobre os casos de violência financeira contra idosos. Dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República mostram que o número de denúncias em Minas, que foi de 318 em 2011, foi para 1.328 no ano passado.
Os relatos colhidos pelo Disque 100 vão desde fraudes até pressão psicológica para que eles assumam empréstimos para terceiros ou familiares. .