A Justiça condenou a 48 anos de prisão um dos envolvidos na execução de um casal na Serra do Cipó, na Região Central de Minas Gerais, em janeiro deste ano. Helton Moreira de Castro, de 19 anos, vai cumprir pena pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
Segundo a denúncia, o advogado Alexandre Werneck de Oliveira,e de 46 anos, e a namorada, a também advogada Lívia Viggiano Rocha Silveira, de 39, estavam em um mirante na rodovia MG-10 quando foram abordados por dois suspeitos que obrigaram os turistas a entrarem no veículo em que eles estavam, uma Hilux placa HDK 8368, e seguirem em direção não definida. Helton seguiu o casal em uma motocicleta, enquanto seu parceiro, Marcos Magno Peixoto Faria, de 25 anos, acompanhava as vítimas dentro da caminhonete.
Ao chegar à margem do Rio Santo Antônio, no local conhecido por ponte do cimento, Marcos ordenou que o carro fosse estacionado e em seguida assassinou o advogado. Após o crime, os bandidos estupraram Lívia e depois mataram a mulher. Os corpos foram jogados no rio e ficaram desaparecidos por cinco dias. Policiais civis fizeram um sobrevôo na região e conseguiram visualizar as vítimas.
A defesa de Helton ainda tentou isentá-lo da responsabilidade nos crimes alegando que os disparos foram efetuados por Marcos. Porém, a juíza Érica Climene Xavier Duarte, da comarca de Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas, não aceitou o argumento, pois considerou convincentes os elementos da denúncia que acusam o réu.
Segundo a magistrada, a partir dos documentos colhidos é possível concluir que Helton dirigiu-se à Serra do Cipó com o objetivo de praticar roubo com o uso de arma de fogo. Embora a defesa alegue que o acusado não foi o autor dos disparos, ao usar a arma ele assume o risco da morte. Mesmo que a responsabilidade pelos tiros fatais seja atribuída a Marcos, Helton deve responder pela co-autoria do crime.