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Estado de Minas

Minas Gerais já registrou ao menos 170 incêndios nos últimos dois dias

Somente na Grande BH, 2.600 focos de incêndio foram registrados em 2014


postado em 20/09/2014 06:00 / atualizado em 20/09/2014 06:53

Helicóptero dos bombeiros combate chamas no Jambreiro: militares tiveram trabalho para conter labaredas(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Helicóptero dos bombeiros combate chamas no Jambreiro: militares tiveram trabalho para conter labaredas (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Militares do Corpo de Bombeiros e brigadistas tiveram bastante trabalho ontem no combate a incêndios em vegetação. Somente na Grande BH foram quatro chamados, três dos quais de maior intensidade, como na Mata do Jambreiro, em Nova Lima, e Serra da Moeda, em Brumadinho.

Depois de dois dias de chamas, no fim da tarde de ontem, bombeiros controlaram o incêndio que consumiu boa parte do Jambreiro e ameaçou atingir os condomínios da região. De acordo com o capitão Thiago Miranda, dois helicópteros do Corpo de Bombeiros e um da Polícia Civil foram utilizados nos trabalhos em Nova Lima e Brumadinho.

Na área da Serra da Moeda, nas proximidades do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, o capitão informou que os trabalhos foram suspensos no começo da noite, porém, a situação já estava sob controle. “Cerca de 150 militares atuaram no combate nos dois locais. À noite, vamos monitorar e não vão surgir outros focos. Talvez amanhã (hoje) nem usaremos helicópteros se a situação continuar controlada”, explicou Miranda.

Segundo o oficial, na região da Serra da Moeda já são mais de quatro dias de combate. Ele estima que pelo menos 100 hectares de vegetação foi devastada. “Nossa prioridade agora é a contenção do fogo. Só depois de extintos todos os focos, faremos a medição da área queimada”. Miranda reiterou que mesmo com a atuação dos bombeiros suspensa no período da noite, em locais de mata fechada, em pontos urbanizados, equipes estão atentas 24 horas por dia.

O fogo na Mata do Jambreiro começou em um trecho próximo à MG-030, entre BH e Nova Lima, na quinta-feira. As chamas chegaram a atingir áreas próximas ao condomínio Ville de Montaigne e ao Belvedere, na capital. Moradores do residencial voltaram a reclamar ontem da demora do Corpo de Bombeiros para enviar equipes, mas a corporação informou que a região é íngreme e montanhosa, o que dificultou a chegada dos militares.

INHOTIM
O incêndio que atinge a área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no entorno do Inhotim também foi controlado ontem, depois de três dias. “Uma equipe extra estava preparada para seguir para o local no sábado, mas hoje (ontem) as chamas foram controladas”, comentou Thiago Miranda.

Outro incêndio que assustou moradores do Belvedere, em BH, foi em uma vegetação próxima à Fundação Torino. O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas por volta as 15h45. Ao todo, foi queimada uma área de 5 mil metros quadrados. Os militares usaram 5 mil litros de água na ocorrência e também abafadores. No fim da tarde, no Olhos D’água, bombeiros estiveram num terreno às margens do Anel Rodoviário, em que o fogo atingiu um bambuzal e bananeiras. O incêndio foi rapidamente controlado e não houve problemas para o trânsito.

Minas Gerais já registrou ao menos 170 incêndios nos últimos dois dias. As queimadas ocorridas neste período contribuíram para que nos primeiros 17 dias de setembro o número de focos de incêndio fosse 17% maior que no mesmo período de 2013. Somente na Grande BH, de 1,2 mil focos no ano passado, agora já somam 2,6 mil até ontem à noite.

Capital tem uma das piores secas

A seca de Belo Horizonte em 2014, período em que são comuns os incêndios em vegetação, está entre as mais severas da capital mineira nos últimos 50 anos, embora não seja a maior de sua história climática. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dos últimos 80 anos, a maior seca registrada em BH foi em 1963, quando choveu apenas 491,5 milímetros naquele ano.

Este ano, até a quinta-feira, choveu em BH aproximadamente 529 milímetros, que equivale a 36% da média de chuva anual de 1.466 milímetros. Caso chova neste resto de mês até dezembro o equivalente a média do período, de 710 milímetro, 2014 vai fechar com 1.239 milímetros, 24% a menos que a média anual. Até ontem, choveu 1,8 milímetros em setembro.

O final do inverno promete ser chuvoso em BH, pelo menos amanhã. Uma frente fria avança pelo litoral da Região Sudeste e vai injetar um pouco de umidade, ajudando a formar mais nuvens e até um pouco de chuva, o que é favorável no combate aos incêndios em matas. Uma outra frente fria, que avança do Oceano Atlântico, pode trazer mais chuva no outro fim de semana.

A primavera começa oficialmente no dia 22 de setembro, às 23h29. A estação marca o aumento gradual da ocorrência de chuva sobre a capital mineira e o Sudeste brasileiro de forma geral. O verão é estação mais chuvosa na região (LH).

Fornecimento de água suspenso

O fornecimento de água será suspenso hoje na área central de BH para serviço de manutenções da Copasa. Consumidores na altura do número 1.316 da Avenida Afonso Pena devem sofrer com a falta de água durante os trabalhos. Ainda hoje, estão previstas manutenções nos bairros Funcionários, Santo Antônio, Santo Agostinho, Santa Efigênia, Santa Maria, Camargos e Buritis. Amanhã, serão realizados trabalhos de reparo no Centro, Lourdes, Paraíso, Estoril, Gutierrez e Barroca.


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