Jornal Estado de Minas

Bombeiros resgatam corpo de mulher vítima de acidente aéreo no Lago de Furnas

Lívia Reis Carvalho, de 27 anos, era mulher do sargento da PM Marcos Antônio Alves, também morto no acidente. O piloto, Bruno Abitbol de Andrade Nogueira, de 34 anos, conseguiu se salvar

Maíra Cabral
- Foto: De acordo com a PM, centenas de pessoas acompanharam o trabalho dos bombeiros na represa (Kleber Ayello/MinasAcontece.com.br)


Foi resgatado no Lago de Furnas, em Fama, no Sul de Minas, na noite deste domingo, o corpo de Lívia Reis Carvalho, de 27 anos, uma das três vítimas do helicóptero que caiu nesse sábado, por volta das 11h30. De acordo com o sargento da Polícia Militar Carlos Alberto, que acompanhou o resgate durante todo o dia, o corpo foi encontrado dentro da aeronave, no bando de trás. Após perícia no local, foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SBO) de Alfenas.

Por volta das 23h desse sábado, foi retirado o corpo do marido de Lívia, o sargento da Polícia Militar Marcos Antônio Alves, de 44 anos, enterrado às 17h deste domingo, em Fama. O casal fazia um passeio panorâmico pela represa e quando mal havia decolado, o helicóptero caiu de bico, na lagoa.

O piloto, identificado como Bruno Abitbol de Andrade Nogueira, de 34 anos, foi resgatado por pescadores que estavam no lago logo após o acidente. Ele deu entrada no hospital da cidade de Elói Mendes por volta das 12h40 desse sábado. Segundo a enfermeira Fabiana Moura de Souza Ventury, ele estava muito agitado e apresentava fala confusa. Ainda segundo Fabiana, o piloto é do Rio de Janeiro e mora em BH.
Em Eloi Mendes, Bruno falou com policiais sobre o acidente e permaneceu sob escolta no hospital. À noite, depois de receber alta, ele foi conduzido para a delegacia de Varginha, onde foi ouvido e liberado.



O acidente causou comoção nos moradores do município, que, neste fim de semana, realiza festa do peão de boiadeiro. Uma pequena multidão de banhistas e curiosos se reuniu às margens da lagoa para acompanhar as buscas durante todo o dia.

A comerciante Rita Maria da Silva, proprietária de um bar em frente à represa, testemunhou o acidente. “Ele levantou voo, saiu pela esquerda, passou por cima da balsa, desceu de bico, bateu com as hélices na água e afundou”. A aeronave ficou submersa.

Rita contou que o piloto estava na cidade para a festa do peão de boiadeiro. “Ele perguntou para mim se podia fazer voos panorâmicos. Eu falei que podia. A gente tem um grande gramado próximo ao lago. No terceiro voo, aconteceu essa desgraça”, lamentou. “Eu ainda brinquei com ele: 'Esse seu brinquedo é seguro?'. Ele falou que sim, que estava revisado'”.

INVESTIGAÇÃO


A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que o helicóptero está registrado em nome de um banco, porém, operado por uma siderúrgica com sede em Conselheiro Lafaiete, Região Central de Minas. A aeronave tem capacidade para três passageiros e mais o piloto. O certificado de aeronavegabilidade do helicópteros é valido até abril de 2018, e o documento de Inspeção Anual de Manutenção (IAM) até abril do próximo ano.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar as causas da queda e se a aeronave podia ser usada em serviço de voo panorâmicos.

Com informações de Gabriella Pacheco, Cristiane Silva e Landercy Hemerson.