Comoção na despedida do estudante Daniel Moreira Vasconcelos Caetano, de 11 anos, que morreu na tarde de domingo depois de cair do quinto andar do prédio onde mora a namorada do pai, no Bairro da Serra, Região Centro-Sul de BH. Mais de 300 pessoas, entre parentes, amigos da família e colegas do garoto no Colégio Pio XII, estiveram no sepultamento, realizado na segunda-feira, no Cemitério Parque da Colina.

A família acredita que o garoto tentou pular sobre uma cama elástica, que estava no térreo do edifício, onde horas antes havia participado de uma festa em homenagem à primavera. O garoto teria errado o pulo e teve politraumatismo ao cair no piso. O delegado da 4ª Delegacia Sul do Bairro Vera Cruz, Ronald Gouveia, vai abrir inquérito para apurar o acidente. Ele adiantou que, primeiro, vai verificar os laudos de necropsia e da perícia, para depois, intimar testemunhas e parentes da vítima.

O avô materno do estudante, o advogado Janir Adir, de 62, conta que os pais do neto – a filha dele, a contabilista Andrezza Célia Moreira Caetano, e o advogado Henrique Vasconcelos Caetano – estão separados há muitos anos. O menino foi passar o fim de semana com o pai, que mora no mesmo prédio da namorada, Ana Paola Machado. Um filho de 18 do primeiro relacionamento de Henrique estava junto. Depois da festa, por volta das 15h, todos subiram para almoçar no apartamento de Ana Paola, e o Daniel foi para um dos quartos. “Ele pode ter achado uma aventura saltar em cima da cama elástica. Era um menino feliz. Não tenho noção do que pode ter ocorrido. Ele era muito amado pelas duas famílias”, disse o avô.

Ana Paola contou à PM que bateu na porta do quarto, pois precisava pegar um objeto lá, e Daniel, ao atendê-la, disse que estava apenas observando pela janela. Ana Paola diz que saiu do quarto e deixou a porta entreaberta. Minutos depois, olhou e se assustou com o garoto sentado na janela com uma das pernas para fora. Ele diz que chamou o pai do menino, que estava no sofá da sala. Ele correu em direção do filho, que já tinha caído.

O casal contou que se apressou em socorrê-lo. O pai o carregou para o saguão. Dois médicos que moram no prédio fizeram o primeiro socorro e constataram a morte, o que foi confirmado pelas equipes médicas de duas ambulâncias. Segundo o avô, o pai tinha presença forte na vida do garoto. O relacionamento da família com a namorada de Henrique é bom, segundo ele. “Meu único neto, meu companheiro de viola”, lamentou Janir, que tem apenas filha e duas netas e festejou o nascimento de Daniel. “Ensinei-o a tocar viola. Ele, inclusive, tocou no aniversário da avó há pouco tempo.” A última vez que o vi foi na sexta-feira passada quando fui buscá-lo na escola. Como sempre, estava feliz.”.