A tentativa de homicídio foi registrada horas antes do clássico no Mineirão. Um grupo de atleticanos esperava um ônibus com a escolta da Polícia Militar ao lado do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) na Avenida dos Andradas, no Centro de BH. Quando alguns cruzeirenses passaram no outro lado da via, houve provocações de ambos torcedores e os tiros, que acertaram quatro pessoas.
As investigações começaram com a análise das câmeras de segurança da região. “Conseguimos ver que saiu fumaça da janela de um carro vermelho que estava acompanhado de duas motos. A partir da placa do carro, conseguimos chegar até o suspeito”, explica o delegado Marcello de Andrade Paladino, da 4ª Delegacia de Polícia Civil.
Os investigadores chegaram a ir à casa do suspeito, mas ele não foi encontrado.
O pedido foi aceito pela Justiça e cumprido nesta terça-feira. O suspeito acabou preso no Bairro Guarani, na Região Norte de Belo Horizonte, e não reagiu à prisão. “Já está confirmado que ele é integrante da torcida Máfia Azul. Na casa dele arrecadamos vários objetos da torcida, como camisas. Além disso, nas redes sociais ele compartilha mensagens de violências, que essas torcidas levam como lema”, diz o delegado.
O homem prestou depoimento nesta manhã e negou ter atirado nos torcedores. “Nega ter feito qualquer disparo e também que tenha sido feito por pessoas que estavam no carro dele”, afirma Paladino. Para o delegado, as imagens mostram que os tiros foram disparados por pessoas que estavam no automóvel. O suspeito não tem outras passagens pela polícia, mas já foi registrado em outros boletins de ocorrência por briga entre torcidas.
Outros investigados
A polícia tenta agora encontrar outros envolvidos na tentativa de homicídio. Além de outros três ocupantes do carro, as imagens das câmeras de segurança mostram que duas motos davam apoio aos homens. Duas vítimas foram ouvidas e confirmaram a presença dos veículos na cena do crime, porém não conseguiram apontar quem seriam os autores dos disparos.
Outra pista que pode ir contra os ocupantes do carro são os pontos do corpo onde os tiros acertaram. “As vítimas foram atingidas em locais não letais, como na perna. Isso nos faz crer que o atirador estava em movimento, dentro de um veículo”, comenta o delegado.
Paladino pede que testemunhas que tenham presenciado o crime se apresentem na 4ª Delegacia para prestar depoimentos.