Jornal Estado de Minas

MP denuncia engenheiro por morte de menina em piscina do clube Jaraguá


O promotor Francisco Santiago ofereceu denúncia contra o diretor do Jaraguá Country Club, na Região da Pampulha, por causa da morte da da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, que teve o cabelo sugado pela tubulação do toboágua de uma das piscinas. O engenheiro Ângelo Coelho Neto foi denunciado por homicídio com dolo eventual - quando o agente não quer o resultado, mas assume o risco do mesmo. Foi ele quem realizou a obra no clube que deixou a sucção do escorregador mais forte. Outros dois presidentes, que foram indiciados pela Polícia Civil, não constam no documento entregue nesta sexta-feira à Justiça.

O representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) analisou as 300 páginas do inquérito feito pela da 3ª Delegacia de Polícia de Venda Nova. A Polícia Civil apontou que o fator primordial para morte da garota foi a mudança do tubo de sucção do toboágua, que o deixou mais forte. Esse foi um dos principais pontos mais avaliados pelo MP.

“A colocação e a disposição do tubo de sucção, localizado no interior da piscina do toboágua, a ausência de proteção da extremidade do mesmo, e o fato de o dispositivo para desligar o bucal de sucção estar distante geravam risco intenso, constante e previsível para todos os banhistas que usavam a piscina.
Salientando-se o fluxo grande de crianças no parque aquático”, afirmou o promotor na denúncia.

Outro ponto apontado por Santiago, foi a distância do dispositivo para desligar a sucção da água. No dia da morte, em 3 de janeiro, Mariana brincava no toboágua quando escorregou e foi sugada pelo ralo da piscina, que é a entrada do duto. O cabelo da garota ficou preso na tubulação, o que a deixou submersa por vários minutos até a chegada do socorro. Ela foi reanimada por médicos do Samu, depois de uma parada cardíaca de quase 20 minutos, e encaminhada para o Hospital Odilon Behrens. A criança permaneceu internada por cerca de 12 horas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade e morreu no fim da madrugada do dia seguinte.

No inquérito da Polícia Civil, Felisberto Carvalho Góes Neto, presidente do clube na época da morte, responsável por autorizar a obra, e o atual presidente, Marco Antônio de Pádua Faria, foram indiciados.
Porém, não foram denunciados. “Considero que eles não têm nenhuma responsabilidade nos fatos, pois passaram a reforma para um técnico, que era o Ângelo”, comentou o promotor.

A denúncia, agora, será entregue para um juiz do 2º Tribunal do Júri. O engenheiro pode pegar de seis a 20 anos de prisão, caso seja condenado. .